A Verde Asset, de Luis Stuhlberger, decidiu realizar mudanças no fundo Verde após o produto ter um recuo de 0,03% durante o acumulado de abril – e outras perdas ao longos os últimos meses, como é possível ver nesta reportagem. O desempenho foi inferior ao do CDI que apresentou valorização de 0,92% durante o mesmo período.
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Segundo a gestora, em relatório divulgado nesta quarta-feira (9), houve uma redução marginal na exposição na bolsa brasileira e um retorno à exposição comprada (quando há valorização de ativos) nos mercados globais. O fundo também zerou sua posição em dólar contra o real.
O motivo para esta decisão está nos sinais positivos apresentados pelo mercado brasileiro em relação às receitas federais mediante a vitória no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou a tributação de empresas com incentivos fiscais via ICMS.
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Na prática, a decisão pode render aos cofres da União cerca de R$ 90 bilhões por ano. Além disso, a dificuldades do governo em aprovar pautas no Congresso, como ocorreu com marco do saneamento, é vista como algo positivo pela gestora.
“Embora o prêmio de risco nos mercados tenha se mantido estável em grande medida em abril, vemos os fatores acima com viés positivo, e por isso saímos de posições compradas em dólar contra o real”, afirmou a gestora em relatório. Os gestores do fundo Verde decidiram continuar com a posição “comprada” em inflação no Brasil e com a sua posição em ouro. “Retomamos uma pequena alocação em petróleo”, acrescentou.
As decisões aconteceram após preocupações dos gestores com o sistema bancário norte-americano que ainda influenciam a precificação dos mercados e de um possível aperto de crédito na economia dos Estados Unidos. As dúvidas sobre a condução da política monetária pelo Federal (Fed, o banco central americano) também influenciaram na mudança do portfólio.
“Temos algumas dúvidas se os impactos serão fortes o suficiente a ponto de levar a economia para uma recessão e quão rápido o Fed vai mudar de postura na direção de cortes profundos da taxa de juros. Ainda assim, são dúvidas e não certezas, e os dados dos próximos meses devem trazer mais clareza”, informou a gestora.
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Entre os meses de dezembro de 2021 a abril de 2023, a Verde perdeu 24 bilhões em ativos sob gestão e viu a evasão de 20,3 mil cotistas. Um dos motivos tem sido a retanbilidade dos fundos da Ver que não conseguiram alcançar o CDI no curto prazo. A situação desagradou os investidores, principalmente os novatos, como mostramos nesta reportagem.
No entanto, mesmo com esse sinal preocupante, a queda do patrimônio líquido de um fundo não é necessariamente um indicativo de fracasso da estratégia de investimento. Os investidores precisam avaliar as questões qualitativas e os caminhos possíveis que os gestores podem para contornar as perdas. Veja os detalhes sobre este assunto nesta reportagem.