Aço longo em uma fábrica da Gerdau. (Foto: Jenn Ackerman/The New York Times)
Tendo mantido sem interrupções a faixa de seis dígitos desde o último dia 15, o Ibovespa sacolejou um pouco, por dinâmica própria, entre as duas últimas sessões de julho e as duas primeiras de agosto. Com a porta deixada aberta ontem pelo Copom para juros abaixo de 2% após este corte de 0,25 ponto porcentual, o índice volta a ganhar alguma força, emendando hoje a segunda sessão de retomada, embora em grau inferior ao observado no início da tarde, quando alcançou a marca de 104.523,28 pontos na máxima da sessão.
No fim do pregão, o índice de referência da B3 apontava ganho de 1,29%, aos 104.125,64 pontos. Invertendo a lógica que prevalecia até o comunicado de ontem à noite do Copom, o Ibovespa operou à frente do exterior na maior parte da sessão, com Nova York mostrando indecisão entre perdas e ganhos mais cedo. A incerteza sobre o ritmo de recuperação global colocou o ouro, mais tradicional ativo de proteção, em nova máxima histórica, a US$ 2.064,4 por onça-troy, no fechamento de hoje da Nymex para os contratos de dezembro.
O giro financeiro da sessão totalizou R$ 26,3 bilhões, e o Ibovespa passa a acumular ganho de 1,18% nesta primeira semana de agosto – no ano, ele cede agora 9,96%.
“Com o Ibovespa a 105 mil pontos, estamos a preço justo. Mas o índice pode ir além dos 120 mil pontos se houver percepção de melhora dos fundamentos, o que inclui a progressão de reformas, como a tributária, em meio ao fluxo propiciado pela redução de juros”, diz Eduardo Cavalheiro, sócio-gestor da Rio Verde Investimentos.
As três ações que registraram as maiores quedas no dia foram Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Via Varejo (VVAR3). Confira o que afetou o desempenho desses três papéis.
Gerdau PN (GGBR4, -2,48%) e Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4, -2,46%)
Após forte alta apresentada na sessão de ontem, com os resultados de segundo trimestre de Gerdau sendo bem recebidos pelo mercado, as empresas do setor de siderurgia tiveram um dia de realização de lucros. Metalúrgica Gerdau PN teve o maior recuo do Ibovespa, de 2,48%, e Gerdau PN veio na sequência, com baixa de 2,46%.
“O setor de siderurgia se manteve bem forte em relação ao índice mesmo no pior momento da crise, e os resultados do setor confirmaram essa resiliência no mercado interno, então o movimento de realização é normal porque o papel não tem muito mais para onde ir no curto prazo”, explica Marcel Zambello, analista da Necton Investimentos.
Em relatório, o Bradesco BBI manteve recomendação neutra para Gerdau, ponderando que a empresa se beneficia da demanda resiliente por aços longos no mercado brasileiro, mas esse movimento pode não se sustentar nos próximos trimestres.
Via Varejo (VVAR3): -2,05%
O setor de varejo teve vencedores e perdedores nesta quinta-feira. O primeiro grupo é o de empresas que atuam dentro de shoppings centers, como Lojas Renner ON (+4,81%), além do próprio grupo Iguatemi (+4,77%). “O resultado de Iguatemi ontem mostrou que o impacto nas vendas dos lojistas foi grande, mas que a recuperação no fim do trimestre com as reaberturas indica que a recuperação será boa”, afirma Marcel Zambello, analista da Necton Investimentos.
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Já no varejo eletrônico, B2W ON e Via Varejo ON sofreram correção para baixo. A primeira conseguiu fechar o dia no azul, com +0,99%, mas VVAR3 terminou com a terceira maior perda do pregão, de -2,05%. “As ações alcançaram topos muito fortes recentemente e agora meio que lateralizaram”, comenta um operador.
