- A derrocada das ações é um reflexo da reação do mercado com os pedidos de falência feito pelos credores da companhia
- Na avaliação de analistas, como não há uma perspectiva de melhora para a companhia, a orientação é vender a posição em Marisa (AMAR3)
As ações da Marisa (AMAR3) seguem em forte queda ao longo desta sexta-feira (12) com o mercado repercutindo o pedido de falência dos credores da companhia. Às 15h04 os papéis da varejista sofreram uma queda de 7,14%, cotados a R$ 0,65. No acumulado do ano, a desvalorização chega a 48%, segundo dados do Broadcast.
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A queda do preço do papel reflete a complexa situação financeira que a varejista se encontra. Segundo Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research, desde 2010, quando o setor de varejo estava em alta, a companhia enfrenta dificuldades de se reerguer mesmo com a execução de inúmeros planos de reestruturação. “A Marisa é muito dependente da economia e se a economia não estiver indo bem a companhia não consegue se erguer porque não possui uma característica competitiva ao ponto de conseguir ter vantagem de mercado em relação aos pares”, afirma Barbosa.
Com a ausência de uma reviravolta para o caso da Lojas Marisa, os credores da empresa entraram com o pedido de falência da companhia por dívidas no valor de R$ 537 mil. As medidas foram movidas pela MGM Comércio de Acessórios de Moda, que exige o pagamento de R$ 363.562,44, e pela Plasútil Indústria e Comércios de Plásticos, que requer os débitos de R$ 173.501,42.
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No fim de março, João Pinheiro Nogueira Batista, presidente da Marisa, afirmou em entrevista ao Broadcast que, se não houvesse a concorrência dos marketplaces estrangeiros, como a Shein, e com um ambiente econômico melhor, a empresa não precisaria fechar 90 lojas para reorganizar as suas contas. “É um processo extremamente doloroso, já que cada loja emprega, em média, 20 pessoas. Um período dificílimo para todos”, ressaltou Batista, na época.
O que o investidor deve fazer agora?
Com a ação abaixo de R$ 1 e um plano de reestruturação em curso, os analistas de investimento aconselham aos investidores ficarem de fora do papel ou vender com prejuízo devido à ausência de melhora para a situação financeira da empresa.
“Em termos de fundamento, a situação da companhia é de mal a pior. Acho que chegou o momento do investidor pensar em vender. Se estiver de fora, não entrar e, se estiver no lucro, vender. Agora, se já estiver no prejuízo, começar a realizar esse prejuízo”, afirma Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira.
Na avaliação de Barbosa, da Nord Research, não faz sentido estar posicionado em Lojas Marisa mesmo se o investidor vislumbrar uma perspectiva de melhoras no longo prazo. “A empresa já fez várias reestruturações que não deram certo e as perspectivas para o varejo no Brasil ainda continuam ruins”, diz.
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