- Segundo dados do FIPZap+, o custo de locação residencial no Brasil custa em média R$ 38,25 para cada metro quadrado
- Além disso, os dados do DIEESE mostram que o preço da cesta básica na cidade de São Paulo custa em torno de R$ 791,82
A decisão de sair da casa dos pais ou deixar de dividir o apartamento para morar sozinho não deve ser adotada sem um bom planejamento financeiro.
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Os custos de aluguel, alimentação, transporte e outros itens das despesas básicas, costumam ter um peso significativo na renda do brasileiro. Quando não há uma organização financeira, o sonho de ter o próprio espaço pode se transformar em uma bola de neve de dívidas.
O agrônomo Ruan Lessa, de 27 anos, está ciente dos desafios. Mesmo com renda própria, ele ainda prefere morar com os pais enquanto constrói uma reserva de emergência que lhe dê segurança para dar esse próximo passo. “Estou estruturando um valor suficiente para bancar o caução de aluguel, comprar a mobília e fazer uma pequena reforma caso seja necessária”, afirma.
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A preocupação de Lessa é válida. Os custos com as despesas básicas podem comprometer quase ou todo o seu orçamento mensal ao ponto de prejudicar a qualidade de vida se não houver planejamento financeiro. Segundo uma simulação feita por Tiago Almeida, planejador financeiro da FIDUC, a pedido do E-Investidor, para morar no Brasil é preciso ter uma renda líquida de R$ 5.137,88 por mês.
Os cálculos consideram uma projeção do valor que se aproxima da realidade de uma pessoa que mora sozinha com qualidade de vida. Além disso, o especialista utilizou os dados de algumas entidades que oferecem números médios sobre parte dos custos fixos dos brasileiros.
Segundo dados do FipeZAP+, por exemplo, a média do preço de locação por metro quadrado no Brasil em abril deste ano ficou em R$ 38,35. Se considerarmos um imóvel de 45m² como ideal para uma pessoa, somente o custo fixo de moradia fica em torno de R$ 1.725,25.
Somando o valor da cesta básica referente ao mês de maio da cidade de São Paulo de R$ 791,82, segundo o DIEESE, o brasileiro precisaria desembolsar em média R$ 2.522,07 por mês para arcar as duas despesas.
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No entanto, as contas fixas não se resumem apenas a esses valores. Há ainda os custos com luz, internet e condomínio. No caso das duas primeiras despesas, a média de gasto considerada na simulação ficou em torno de R$ 100 e R$ 150, respectivamente. Já em relação ao condomínio, foi estabelecido um valor de R$ 200 que já inclui as despesas com água, gás e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Os gastos com transporte também entraram no orçamento para quem pretende morar só. No entanto, o valor vai depender do meio que a pessoa escolher utilizar no seu dia a dia. Se for de transporte público, essa despesa deve ficar em torno de R$ 264 por mês. O valor considera o preço da tarifa de ônibus de São Paulo que se encontra a R$ 4,40 e o gasto com duas passagens por dia durante um mês.
Mas se pretende usar o carro, esse valor tende a subir. Segundo Juliano Alves, de 38 anos, que mora sozinho na capital paulista há quatro anos, as despesas que envolvem um veículo podem ficar próximo ao patamar do gasto com aluguel. “Em São Paulo, tudo é muito caro. Os valores do seguro, do estacionamento e do combustível são caros. Eu já tentei economizar, mas não abri mão de ter o meu carro pela comodidade”, afirma.
Ao somar todas essas despesas, os custos fixos mensais para quem deseja morar sozinho no Brasil ficam em torno de R$ 3.231,57. Além disso, Tiago Almeida, planejador financeiro da FIDUC, recomenda estabelecer uma média de R$ 750 por mês para os gastos com lazer, como as saídas para bares, restaurantes e festas, e R$ 300 para as despesas com saúde. Com esse adicional, a renda necessária para que o trabalhador consiga arcar o custo de vida de morar só fica em torno de R$ 4.281,57
“Considerando um fundo de reserva de 20%, temos uma necessidade de acréscimo de renda futura de R$ 856,31”, diz Almeida. Desta forma, com esse aumento, a meta de receita total para conseguir morar sozinho no Brasil fica em torno de R$ 5.137,88. “Nesse orçamento deixamos de fora despesas com imprevistos que acontecem anualmente e o quanto deve guardar para aposentadoria e novos sonhos. Todos esses itens devem ser respeitados e jamais subtraídos”, afirma.
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Vale ressaltar também a simulação considerou alguns preços médios do Brasil, mas que o valor pode variar de região para região e do padrão de vida adotado. Além disso, é preciso revisitar os custos para adequar os valores com a inflação no acumulado dos últimos 12 meses, que costuma pesar e até atrapalhar a sua organização financeira no médio prazo.