Os juros futuros de curto prazo fecharam em leve queda, as taxas intermediárias ficaram estáveis e as longas subiram. O impacto do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio abaixo do esperado foi absorvido no decorrer da segunda etapa, o clima externo começou a pesar mais sobre os negócios, considerando ainda que o forte fechamento da curva nos últimos dias abriu espaço para uma realização de lucros. A correção, no entanto, foi moderada e puxada ainda pelo leilão grande de prefixados do Tesouro.
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Numa sessão com giro acima da média padrão nos principais vencimentos, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,08%, de 13,12% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,23% para 11,24%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,64%, ante 10,51%, e a do DI para janeiro de 2029 avançou a 10,93%, de 10,82%.
Principal vetor do dia para os negócios em termos locais, o IPCA de maio teve impacto moderado sobre as taxas, uma vez que o cenário benigno para a inflação já vinha sendo incorporado aos ativos com os recentes IGPs de maio. O IPCA de 0,23% ficou muito aquém da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,33%, e ligeiramente abaixo do piso de 0,24%. Na abertura, destaque para a expressiva desaceleração da média dos núcleos e a deflação em serviços, variáveis que vinham apresentando certa rigidez em ceder, o que servia de alerta para o Banco Central. Em 12 meses, a taxa acumulada caiu de 4,18% para 3,94%. Alguns players já projetam IPCA zero em junho ou até deflação.
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O indicador detonou uma onda de revisões para o IPCA em 2023 e 2024, com algumas instituições já com expectativas abaixo de 5% e de 4%, respectivamente. Movimento que já vinha se consolidando na curva a termo, o IPCA também fez convergirem nos Departamentos Econômicos as projeções para o início do ciclo de cortes da Selic em agosto. A probabilidade de uma redução de 25 pontos-base é de 80% nos DIs, que indicam taxa fechando 2023 em 12,00%. Para o Copom de junho, a expectativa segue sendo de estabilidade nos atuais 13,75%.
A economista-chefe do TC, Marianna Costa, afirma que a curva já vinha precificando a partir de agosto duas quedas de 25 pontos e outras duas de 50 pontos nas reuniões até o fim do ano, mas acredita que a tendência é que a aposta de 50 em agosto se torne majoritária, sobretudo se o Conselho Monetário Nacional (CMN), a reunião do fim deste mês confirmar os 3% para as metas de inflação. “Isso tende a fortalecer a credibilidade e abre espaço para uma queda maior”, diz.
Ela atribuiu a alta das taxas longas a um ajuste ao ambiente externo, amplificado pelo fato de que os mercados no Brasil não abrem amanhã e na sexta-feira cravada entre o Corpus Christi e o fim de semana a tendência é de que as mesas de operação estejam esvaziadas. “O Federal Reserve terá uma decisão difícil na semana que vem e a expectativa para a reunião não está totalmente formada porque ainda temos o CPI na segunda-feira”, comentou.
As decisões inesperadas de aumento de juros pela Austrália ontem e pelo Canadá hoje ampliaram a cautela com relação ao Fed na próxima semana e a curvas globais subiram. A taxa da T-Note de dez anos abriu 10 pontos-base, para 3,78%. A aposta de manutenção da taxa dos fed funds ainda é majoritária, mas a de alta cresceu.
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Outra pressão sobre a ponta longa veio do leilão do Tesouro, que vendeu integralmente os lotes de 25 milhões de LTN e de 3,5 milhões de NTN-F, com US$ 1,15 milhão em risco para o mercado (DV01), ante US$ 896 mil na semana passada. O tamanho do leilão acaba influenciado a curva do DI em função da montagem das operações de hedge contra o risco prefixado.