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- Após admitir a existência de fraude no rombo de R$ 20 bilhões que levou a companhia à recuperação judicial, a Americanas apresentou à Câmara dos Deputados uma série de documentos
- O Itaú e o Santander foram apontados por terem suavizado o texto das cartas de circularização, usadas como parte da auditoria, no tema das informações de financiamentos conhecidos como "risco sacado"
- Ambos negam e alegam que as "inconsistências contábeis" reveladas pela Americanas são de responsabilidade "única e exclusiva" da companhia
Após admitir, na terça-feira (13), a existência de fraude no rombo de R$ 20 bilhões que levou a companhia à recuperação judicial, a Americanas (AMER3) apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados uma série de documentos.
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Além de trocas de e-mails com indicações de que a diretoria tinha duas versões do balanço, o Itaú (ITUB4) e o Santander (SANB11) foram apontados por terem suavizado o texto das cartas de circularização, usadas como parte da auditoria, no tema das informações de financiamentos conhecidos como “risco sacado”.
Em resposta, Santander afirmou, por meio de nota, que as “inconsistências contábeis” reveladas pela Americanas são de responsabilidade “única e exclusiva” da companhia.
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Na nota, o banco afirma que “conforme Fato Relevante publicado hoje, a Americanas confessa que ‘as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas’.
A própria empresa ressalta os esforços da diretoria anterior para ocultar do mercado a real situação de resultado e patrimonial da companhia. Isso, por si só, comprova taxativamente que a única e exclusiva responsabilidade pelas ‘inconsistências contábeis’ é da Americanas, por intermédio da sua antiga diretoria.
O Santander acrescenta que as cartas de circularização são apenas uma entre muitas fontes de auditoria e que sempre informou integralmente todos os saldos das operações da companhia no Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central, que inclusive poderia ser fonte de auditagem”.
Já o Itaú Unibanco, afirmou, por meio de nota, que “as cartas de circularização, que são instrumento de apoio aos trabalhos de auditoria, até 2017 traziam o saldo integral das operações de antecipação contratadas por fornecedores, denominadas “risco sacado”.
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A partir de 2018, após discussões de mercado, a carta de circularização foi restringida para refletir apenas as operações contratadas diretamente pela Americanas, com a exclusão do saldo das operações de antecipação contratadas por fornecedores.
Por outro lado, como medida de transparência, foi adicionado o parágrafo que alertava para a realização de operações de antecipação de recebíveis emitidos contra a Americanas, permitindo que as empresas de auditoria conhecessem sua existência e questionassem sobre seu saldo, caso necessário. “O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é responsabilidade exclusiva da companhia e de seus administradores. É leviano atribuir a terceiros a responsabilidade pela fraude, confessada pela companhia ao mercado no dia de hoje”.
*Com informações da Broadcast