Marfrig (Foto: Jefferson Almeida/Estadão Conteúdo)
Com três pregões em baixa e dois em alta entre os dias 10 e 14 de agosto, o Ibovespa encerrou a semana com desvalorização acumulada de 1,38%, aos 101.353,45 mil pontos. A variação mensal também é negativa, em 1,51%. Por enquanto, o principal índice da B3 vai caminhando para o primeiro mês com variação negativa após alta nos quatro últimos.
Na semana, o dia de maior baixa foi na quinta-feira (13), com variação negativa de 1,62%. No pregão, o índice foi influenciado para baixo com investidores ainda preocupados com a condução do ajuste fiscal por conta da demissão dos secretários Salim Mattar e Paulo Uebel.
Na outra ponta, o melhor dia foi justamente nesta sexta (14), com leve valorização de 0,89%, após a divulgação de diversos balanços positivos e pelas declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre não ter a intenção de furar o teto de gastos.
Apesar da semana negativa, algumas ações apresentarem desempenho positivo no período. Quem se deu melhor foram Marfrig (MRFG3), Natura (NTCO3) e Suzano (SUZB3).
Confira a seguir o que influenciou o desempenho desses três papéis.
Marfrig (MRFG3): 10,10%
Com valorização de 10,10%, as ações da empresa encerraram a semana com a maior alta do período, cotadas a R$ 15,26. O papel da companhia foi impulsionado pelo cenário que continua favorável para os frigoríficos e pela temporada de balanços do setor apresentarem desempenhos melhores do que o esperado.
“Tivemos alta de volume e de preço e o crescimento do Ebitda. Na minha percepção, o setor de proteína deveria estar valendo muito mais”, afirmou Fábio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, ao Broadcast.
Além disso, a alta do dólar, que subiu 0,27%, cotado a R$ 5,42, beneficiou as empresas exportadoras.
Publicidade
No mês, as ações da empresa têm alta de 5,90% e no ano de 53,21%.
Natura (NTCO3): 9,92%
Com alta de 9,92%, os papéis da companhia encerraram a semana com a segunda maior valorização, cotadas a R$ 47,04. Assim como no caso da Marfrig, as ações da Natura tiveram alta no período após a divulgação de seu balanço do 2T20.
O impacto da pandemia foi observado na receita, que caiu 12,7%, ocasionando um prejuízo de R$ 392,1 milhões. Apesar disso, a empresa destacou uma melhoria no desempenho da marca Natura, que, em um ano, teve receita 7,9% maior, além da expansão de 220% no e-commerce.
“O resultado conseguiu mostrar guinadas positivas nessa situação em que estamos vivendo”, disse Jorge Junqueira, da Gauss, ao Broadcast.
No mês, as ações da empresa têm valorização de 9,33% e no ano de 33,01%.
Suzano (SUZB3): 9,33%
Com variação positiva de 9,33%, as ações da empresa fecharam o top 3 das maiores altas da semana, cotadas a R$ 50,49. Além da alta da moeda americana na semana, que favorece as companhias exportadoras, o papel da Suzano também foi impulsionado pela divulgação dos seus resultados do 2T20.
Publicidade
O balanço apresentou alta de 35% no Ebitda ajustado em um ano, para R$ 4,180 bilhões, e de 20% nas receitas, que foram a R$ 7,996 bilhões.
“O resultado surpreendeu a todos. Tínhamos o Ebitda (estimado) mais alto do consenso, de R$ 3,8 bilhões (o consenso estava em R$ 3,4 bilhões, de acordo com a companhia), e o Ebitda veio em R$ 4,8 bi”, disse Daniel Sasson, analista de commodities do Itaú BBA, ao Broadcast.
No mês, as ações da empresa têm valorização de 20,21% e no ano de 27,24%.