Educação Financeira

Mais de um terço dos investimentos dos brasileiros está alocado em ações

Queda da bolsa em meio à crise não foi capaz de afastar os investidores

Mais de um terço dos investimentos dos brasileiros está alocado em ações
O setor de tecnologia, composto por empresas como Multilaser, é afetado pela Selic alta. (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)
  • Apesar do desempenho negativo do Ibovespa no ano, 33,61% dos investimentos dos brasileiros são em ações, diretamente ou por meio de fundos
  • O corte na taxa Selic impulsionou a migração da renda fixa para a variável
  • Além das ações, os investimentos com mais participação nas carteiras são renda fixa pós-fixada, fundos multimercados, fundos imobiliários e renda fixa indexada à inflação

Mesmo com a crise causada pela pandemia da covid-19, que derrubou a bolsa de valores do Brasil, o investimento em ações é apontado como a alocação favorita  do brasileiro. Apesar de o Ibovespa apresentar queda superior a 45% no seu pior momento na crise e somar desvalorização anual na faixa dos 14%, mais de um terço (33,61%) negociados em julho deste ano foram destinados ao mercado acionário, seja diretamente ou por meio de fundos.

É o que diz um levantamento realizado no mês de julho pela fintech Fliper com mais de 100 mil usuários que usam a plataforma e, juntos, somam R$ 10 bilhões de patrimônio mapeado.

Vale ressaltar que as ações já ocupavam a liderança nas carteiras antes da pandemia, com 36,27% do total, segundo dados levantados em março. Ou seja, as incertezas tiveram pouco impacto na hora de investir e a preferência continuou na renda variável.

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De acordo com Pietro Reckman, especialista de investimentos da Ágora Investimentos, as pessoas continuam “compradas” nas ações por uma mudança no comportamento na hora de aplicar. Com os recentes cortes na Selic, hoje em 2% ao ano, o menor patamar da história, a atratividade da renda fixa diminuiu e os investidores tiveram que migrar para renda variável em busca de melhores retornos.

“Antigamente, não tinha porque as pessoas correrem risco nas ações com a renda fixa pagando tanto, mas, com juros tão baixos, é natural ter esse movimento”, afirma Reckman. O especialista também pontua que os investidores continuam enxergando melhores oportunidades de ganhos nas ações. “Quem se manteve com as ações ou investiu até mais provavelmente está com retorno positivo no ano apesar da queda do Ibovespa”, diz o especialista da Ágora.

Ranking das ações mais presentes nas carteiras

  1. Itaúsa (ITSA4 )
  2. Petrobras (PETR4)
  3. Via Varejo (VVAR3)
  4. Banco do Brasil (BBAS3)
  5. Bradesco (BBDC4)

Fonte: Fliper

Ranking de fundos de ações mais presentes nas carteiras

  1. Alaska Black
  2. Equitas Selection
  3. Brasil Capital 30
  4. Constellation Institucional
  5. Moat Capital

Fonte: Fliper

Outros investimentos

Além das ações, os investimentos com maior presença nas carteiras são a renda fixa pós-fixada, com 22,09%, e os fundos multimercados, com 19,16%. Em março, a participação de ambos era de 20,15% e 17,18%, respectivamente.

Na sequência aparecem os fundos imobiliários, com 8,47%, e a renda fixa indexada à inflação, com 7,59%. Nos dois casos, a parcela dos produtos caiu em relação a março, quando representavam 10,01% e 8,26% das carteiras, respectivamente.

Completam a lista os investimentos de renda fixa pré-fixada, 3,8%, conta corrente, 3,31%, dólar, 1,53%, e ouro, 0,44%. Todas as aplicações aumentaram sua presença em relação a março, quando representavam apenas 3,45%, 2,88%, 1,41% e 0,39%, respectivamente.

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