As BDRs permitem o acesso de pequenos investidores às grandes empresas internacionais Foto: Pixabay
A empresa de educação Cogna (COGN3) registrou prejuízo líquido de R$ 451,9 milhões no segundo trimestre de 2020. No mesmo período do ano passado, a companhia havia reportado lucro de R$ 139,8 milhões. A receita líquida também caiu 21% na comparação anual e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo, em R$ 139 milhões.
O anúncio acertou em cheio as ações da empresa, que logo após a divulgação, às 10h20 desta sexta-feira (21), desabaram 7%, para R$ 6,10. De acordo com o balanço, os resultados foram afetados principalmente pelas pressões de receita do ensino superior e a maior evasão dos alunos do ensino infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental em decorrência da crise do coronavírus.
A companhia diz ainda que tomou iniciativas para limitar o impacto da pandemia, tais como a suspensão temporária de contratos de trabalho e da redução temporária de jornada. “Apesar das medidas, apresentamos um resultado bastante aquém de nossas expectativas iniciais”, diz a Cogna, no documento.
Na segunda-feira (17), data de vencimento dos contratos de opções sobre ações deste mês, o destaque ficou com a Cogna. Dos R$ 12,8 bilhões movimentados na B3, dos quais R$ 5,78 bi em opções de compra e de R$ 7 bi em opções de venda, apenas as seis calls mais compradas de COGN3 possuíam mais de 200 milhões de contratos em aberto.
A expectativa do mercado era de grande valorização nas ações, com busca por cotações entre R$ 9, R$ 9,80 e R$ 11,80. Mas o resultads do IPO, que captou US$ 405,8 milhões, não empolgou e o preço estagnou na faixa entre R$ 7 e R$ 7,30.
Na prática, quem apostou na alta de COGN3 nas opções se deu mal. Estima-se que o prejuízo do volume de contratos de opções de compra de COGN3 seja de pelo menos R$ 60 milhões.
Apesar da volatilidade no ativo, ainda há recomendação de compra para a ação. Segundo cinco especialistas consultados pelo E-Investidor, o papel ainda deve sofrer muita volatilidade nos próximos meses, mas voltará aos patamares pré crise no longo prazo.