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- Ações da Cogna (COGN3) causam dor de cabeça no investidor
- Apesar do fraco desempenho, cinco corretoras de investimentos fazem indicação de compra da ação
- Outras quatro se dividem entre recomendação neutra e de venda
Com forte volatilidade no ano, as ações da Cogna (COGN3) têm causado uma grande dor de cabeça aos investidores. Na segunda-feira (17), um novo episódio agravou a situação. Na data, quem apostou na alta da empresa se deu mal após o vencimento dos contratos de opções de compra do papel da empresa. Estima-se que o volume do prejuízo seja em torno do R$ 60 milhões.
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Depois que as opções de COGN3 viraram pó , o E-Investidor consultou nove corretoras para saber qual a recomendação para os papéis da empresa. Apesar do desempenho fraco no ano, -42,43% no agregado, cinco casas fazem recomendação de compra para a ação. Outras quatro se dividem entre indicação neutra e de venda.
Segundo os especialistas, o papel ainda deve sofrer muita volatilidade nos próximos meses, mas voltará aos patamares pré crise no longo prazo. A ação fechou a quarta-feira (19) cotada a R$ 6,58 – antes da pandemia era negociada na faixa de R$ 10. “Potenciais de alta devem vir de corte de custos e/ou M&A estratégicos”, afirmam Samuel Alves e Yan Cesquim, analistas do BTG Pactual.
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Na outra ponta, há que enxergue melhores oportunidades em outras empresas do setor. O Credit Suisse, por exemplo, tem preço alvo para a ação de R$ 6 (valor 9,67% menor do que o atual). “O M&A não é mais uma opção de crescimento”, diz Maurício Cepeda, analista do banco.
Vale lembrar que o desempenho fraco não é exclusivo da Cogna no setor. Todas as empresas de educação listadas na B3 apresentam variação negativa no ano impulsionadas pela pandemia da covid-19, que aumentou a evasão e inadimplência dos alunos. No ano, a desvalorização atinge a Anima Educação (ANIM3), 6,14%; YDUQS (YDUQ3), 33,51%; e Ser Educacional (SEER3), 48,49%.
Confira as recomendações para a ação da Cogna (COGN3).
Mauricio Cepeda, analista do Credit Suisse
- Recomendação: Venda
- Preço-alvo: R$ 6
Justificativa: “A redução no número de estudantes de ensino superior afeta todas as empresas do setor e não esperamos uma melhora neste cenário no médio prazo. O EAD compensa apenas parte das quedas do ensino presencial, que é o principal negócio da companhia e deve continuar sofrendo perdas.”
Mesmo que a crise da covid-19 tenha criado boas oportunidades, baixando o preço de potenciais aquisições, a diminuição do nível de alavancagem e projeções de fluxo de caixa com aquisição reduz a possibilidade da operação. Além disso, a Cogna optou por compensar as perdas estudantis do FIES com empréstimos estudantis, que é uma tática de alto risco e causa declínio no crescimento do Ebitda”.
Samuel Alves e Yan Cesquim, analistas do BTG Pactual
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: R$ 10
Justificativa: “Mantemos a recomendação de compra para ação da Cogna, assumindo um cenário muito negativo para todas empresas do setor de ensino superior (refletindo as preocupações causada pela crise da covid-19). Potenciais de alta devem vir de corte de custos e/ou M&A estratégicos. Sim, o potencial de ganho continuará baixo, mas essas medidas podem catalisar o papel da empresa.”
Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: R$ 9,30
Justificativa: “A Cogna tem como grande destaque a capilaridade e tem boas margens, mas preferimos empresas que estejam com uma situação financeira mais estável e saudável, como a YDUQS (YDUQ3), que temos recomendação de compra. A empresa continua competitiva por atuar fortemente em todos os segmentos do setor educacional e manter margens relativamente elevadas com relação aos seus pares. No entanto, a companhia vem sucessivamente apresentando dificuldades operacionais, sendo prejudicada, principalmente, pelo atual momento macroeconômico do Brasil e pela diminuição de vagas disponíveis para o FIES.”
Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: R$ 10
Justificativa: “Acreditamos que a Cogna está subvalorizada e conta com vários fatores para destravar valor, como IPO de sua plataforma educacional Vasta, cursos híbridos, que combinam ensino presencial e a distância, ganhos de eficiência em seu segmento do ensino fundamental e oportunidades de consolidação, pois a crise da covid-19 pode gerar oportunidades de aquisições tanto no ensino superior quanto no segmento de ensino fundamental.”
Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos
- Recomendação: Venda
- Preço-alvo: –
Justificativa: “Não indico as ações da empresa, pois ela veio de um forte fluxo de alta e já devolveu isso. O 1T20 mostrou queda no lucro e no Ebtida da empresa e o 2T20 deve mostrar resultados ainda piores na conjuntura atual. Apesar do preço estar descontado em relação ao preço pré-pandemia, eu não indico a Cogna para compra e indicamos a YDQS (YDUQ3) que é seu concorrente direto. Os dois estão se esforçando muito no EAD, mas o que diferencia a YDUQS é a aposta em medicina, onda a evasão é menor.”
José Falcão, especialista em renda variável da Easynvest
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “Nossa indicação é não comprar até que a tendência atual de queda fique mais estável e as ações comecem a dar sinais de recuperação. Com base na análise técnica, desde a sua mínima aos R$ 3,57, 2 de abril, a COGN3 iniciou um forte processo de recuperação no qual chegou a uma valorização em torno de 170%, até o dia 21 de julho, se aproximando novamente dos R$ 10,00. Desde então, as ações da Cogna têm passado por dias de grande volatilidade, interrompendo o movimento de alta ao romper para baixo dos R$ 8,00 em 27 de julho, entrando em tendência de baixa e caindo até o atual nível de R$ 6,60.
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No curto prazo, ao voltar a ser cotada acima de R$ 7,50, seria um importante sinal de recuperação e demonstraria um apetite maior dos investidores pelos papéis da companhia.”
Luis Sales, analista da Guide
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: R$ 13
Justificativa: “É um papel bem volátil e que sofre desde o final do FIES, em 2014, mas passa por um processo de recuperação. Vemos algumas frentes interessantes de crescimento, como o ensino EAD e a Vasta. A parte de educação superior e ensino tradicional vem sofrendo bastante, mas esperamos que a empresa faça algo reverter isso. É um case arriscado e volátil, mas temos recomendação de compra.”
Jorge Junqueira, sócio da Gauss Capital
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “Nossa aposta no longo prazo é de compra, mas sabendo que notícias negativas afetarão a ação no curto. A inadimplência e a dificuldade de atração de novos alunos serão ventos contra o desempenho do papel, mas a listagem da Vasta e aprovação do direito de aumento de capital, está melhorando o seu posicionamento e deverá sair vencedora no médio prazo. Além disso, acreditamos que umas das consequências da pandemia será a revolução do sistema de ensino: EAD e ensino presencial passarão a se confundir, havendo diminuição de fronteiras para a educação. Dessa maneira acreditamos que a força da marca e a disponibilidade de capital farão da Cogna o principal driver do setor.”
Susana Salaru e Tito Ferraz, analistas do Itaú BBA
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: R$ 14
Justificativa: “Os resultados do 2T20 devem vir em linha com o setor e apresentar desempenhos fracos devido ao momento. Porém, a empresa deixou claro suas intenções de fazer caixa por meio de contrato escrow. Então, apesar dos resultados negativos do trimestre, a Cogna verá dinheiro entrando.”