O Itaú BBA revisou estimativas da Weg após os resultados do segundo trimestre de 2023, mas manteve a recomendação de ‘desempenho de mercado’ (market perform), com preço-alvo de R$ 46, o que representa um potencial de alta de 10,7% sobre o fechamento de ontem.
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O relatório, assinado pelos analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano, afirma que a ação teve um desempenho inferior ao índice em cerca de 15% desde o último rebaixamento, no início de maio, mesmo após a alta de 12% do papel nos últimos três pregões.
“Perdemos esse rali (o que mostra o valor de possuir uma ação de alta qualidade como essa), mas esperamos que seja de curta duração, pois ainda vemos a ação com upside limitado e uma assimetria menos atraente”, dizem os analistas.
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Eles argumentam que o crescimento pode continuar desacelerando, a margem Ebitda provavelmente convergirá para o nível histórico, de cerca de 3,5 pontos porcentuais acima do atual, e carga tributária deve aumentar.
O Itaú BBA vê um crescimento de até 5% do lucro por ação em 2024, implicando uma relação preço lucro P/L de aproximadamente 30 vezes. E considera que, mesmo em um cenário de alta, os ganhos podem crescer em aproximadamente 10%, o que significará aproximadamente 27 vezes o P/L de 2024.
Além disso, o banco prevê que, com a onda mais otimista na Bolsa, os investidores podem continuar mudando de ações defensivas para o risco, o que desfavorece o papel. “Temos uma visão positiva da Weg, mas preferimos esperar antes de revisar a recomendação.”
A respeito dos resultados recentes, o Itaú BBA avaliou que as vendas foram fracas em comparação com os últimos anos, mas não se pode dizer que o crescimento de 13% no primeiro semestre na comparação anual é pequeno, sustentado por pedidos de ciclo longo feitos em trimestres anteriores, quando a demanda era melhor.
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Mas acrescentam, contudo, que é menos provável que as vendas acelerem do que fiquem estagnadas ou desacelerem, dado o desempenho um pouco pior do que o esperado do negócio de energia solar e o alerta da Weg sobre a volatilidade da demanda de ciclo curto no exterior.
Também ressaltam que as margens do setor são estruturalmente mais baixas, com tendência de queda em 2024, porque os preços acabarão por acompanhar a queda das commodities, os pedidos mais recentes de produtos de ciclo longo foram precificados no novo nível de custo e segmentos de menor margem vão prejudicar o mix quando começarem a se recuperar.
“Os desafios mencionados acima criam um cenário raro ao qual os investidores da Weg não estão acostumados. A empresa provavelmente reportará em 2024 seu segundo crescimento de lucros menos empolgante dos últimos 13 anos, atrás de 2016”, conclui o relatório.