Os rendimentos longos dos Treasuries avançaram neste pregão e registram novas máximas desde novembro do ano passado, na véspera do principal relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos. Analistas e operadores apontaram que o mercado ainda digere o rebaixamento do rating soberano dos Estados Unidos, colocando em segundo plano dados divulgados hoje indicando a resiliência do mercado de trabalho americano.
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No final da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,887%, o da T-note de 10 anos subia a 4,179% e o do T-bond de 30 anos avança a 4,300%. Nas máximas intraday, a T-note de 10 anos registrou alta a 4,198% e o T-bond de 30 anos avanço a 4,323%, renovando os níveis máximos desde novembro de 2022 e caminhando para os níveis recordes registrados em outubro do ano passado.
Para a Stifel, o movimento mostra que o mercado parece concordar com a opinião da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, que considerou “arbitrária” a decisão da Fitch de rebaixar os ratings dos Estados Unidos, sugerindo que investidores continuam confiantes na segurança e força dos títulos americanos.
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Contudo, a PIMCO relata que observou com surpresa o movimento dos Treasuries, considerando que ao rebaixamento não reflete informações materiais sobre a segurança dos ativos americanos como referência no mercado financeiro global e com poucas possibilidades de impacto sobre a política monetária do Federal Reserve. Para a consultoria, o lembrete da Fitch dos riscos relacionados ao crédito é que impulsionou a volatilidade e a venda dos títulos na ponta longa, algo que pode permanecer. “No longo prazo, isso pode levar a um dólar mais fraco, rendimentos de títulos mais altos e curvas de rendimento mais acentuadas”, avalia a PIMCO.
Em relatório, o BMO nota que debates sobre emissões de dívida também permanecerão como forças centrais por trás das vendas de Treasuries. “Isso deixa o payroll de amanhã como ponto de inflexão potencial para retornar o foco coletivo do mercado ao estado de emprego como precursor dos dados de inflação da próxima semana e o que isso significa para o Fed”, observa o banco.
O BMO projeta ainda que se os juros dos Treasuries manterem a atual tendência de alta, isto poderia levar a UAM postura mais hawkish do Fed. “Ao refletirmos sobre a sustentabilidade de taxas reais tão altas em uma economia como a dos EUA, não podemos deixar de sentir que veremos rendimentos reais mais baixos ou preços de ações mais baixos”, avalia.