O dólar não teve sinal único frente a outras moedas principais hoje. A moeda americana perdeu um pouco de fôlego após indicadores dos Estados Unidos, mas oscilou perto da estabilidade, enquanto a libra esteve em foco, em baixa após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) ter elevado juros em 25 pontos-base (pb), quando parte do mercado considerava possível alta maior, de 50 pb.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 142,66 ienes, o euro ficou estável, em US$ 1,0944 e a libra recuava a US$ 1,2703. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,05%, a 102,542 pontos.
O BoE elevou os juros nesta manhã, em decisão dividida, além de rever projeções, esperando agora mais inflação no médio prazo, e cortando as de crescimento. O BC britânico considera que o nível do aperto atual já é restritivo, mas deixou claro em sua comunicação que pode subir mais o juro para levar a inflação à meta de 2%. Ecoando declarações recentes de outros grandes bancos centrais, o presidente do BoE, Andrew Bailey, disse que os próximos dados serão decisivos para as decisões futuras.
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O ING afirmou, em relatório a clientes, que a decisão do BoE deixou a libra sob pressão, com alguns investidores considerando que o aperto monetário pode não chegar ao nível até então esperado por parte do mercado. Para o ING, a elevação de juros de setembro é “altamente provável”, mas o que ocorrerá em novembro está mais em aberto, sobretudo se a inflação de serviços cair com mais força. O UniCredit via o BoE “no pico ou muito perto dele” em seu ciclo de aperto. Já para o NateWest, o BC britânico deve elevar os juros em 25 PB em setembro, com “risco modesto” de outra alta na mesma magnitude em novembro, levando a taxa básica a 5,75% (antes do dia de hoje, este banco de investimentos esperava pico em 6,00%). Ainda antes da decisão, o BBH destacava que a libra operava em baixa e lembrava que a moeda tende a se enfraquecer em dias de decisão do BoE.
Também pela manhã, o dólar perdeu um pouco de fôlego, após dados dos EUA. Os novos pedidos de auxílio-desemprego avançaram 6 mil na semana, a 227 mil, como previsto por analistas, e o custo unitário da mão de obra teve crescimento de 1,6% no segundo trimestre, ante expectativa de avanço de 2,3%.
Entre moedas emergentes, o dólar subia a 278,0749 pesos argentinos, no horário citado. No mercado paralelo, o chamado dólar blue renovava máxima histórica hoje, em 574 pesos no fim desta tarde, segundo o jornal Ámbito Financiero. A publicação mencionava mudanças nesta semana em regras da Comissão Nacional de Valores para tentar evitar novas arbitragens no mercado local.
O dólar ainda se valorizava a 17,2856 pesos mexicanos. A moeda é pressionada por dúvidas sobre o impulso da economia dos EUA, após nesta semana a Fitch ter rebaixado o rating americano. Em relatório hoje, porém, a Pantheon considera que o peso mexicano deve seguir apoiado “no curtíssimo prazo”, por fatores como a expectativa de que o BC do México (Banxico) mantenha os juros no nível atual por um tempo, por potenciais ganhos em cadeias produtivas locais diante da proximidade com os EUA (“nearshoring”) e pela força dos fundamentos domésticos locais.
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