O ouro fechou em alta nesta segunda-feira, recuperando parte das perdas da semana anterior após a China cortar uma de suas taxas de juros de longo prazo e com o enfraquecimento do dólar no exterior. Contudo, o metal precioso chegou a operar em queda durante o pregão, pressionado por nova escalada dos juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano).
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No fechamento, o ouro para dezembro fechou em alta de 0,34%, a US$ 1.923,00 a onça-troy, na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O ouro manteve nível de US$ 1.900 neste pregão e recuperou parte das perdas recentes, depois de encerrar sua quarta semana consecutiva de queda na última sexta-feira. Analista da Oanda, Edward Moya aponta que a escalada nos juros dos Treasuries, que renovaram máximas recorde pela manhã, chegou a ameaçar os ganhos do metal, no que “deveria ser um começo calmo de semana” com notícias de novos estímulos da China e às vésperas do Simpósio Jackson Hole.
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Hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou corte na taxa de juros de referência longo prazo (LPR, em inglês) de 1 ano e manteve a taxa de 5 anos, em um movimento visto pelo Danske Bank como tentativa de evitar a desvalorização do yuan. Em relatório, a Pantheon avalia a decisão como um “apoio gradual” para a economia chinesa. Porém, na análise da Capital Economics, os cortes ainda são insuficientes para impulsionar uma recuperação econômica.
Para o Commonwealth Bank of Australia, este cenário deve resultar em queda contínua nos preços do ouro e de metais industriais ao longo do quarto trimestre, caso o enfraquecimento da demanda da China se junte a uma recessão na maioria das economias avançadas.
Moya, da Oanda, avalia que a perspectiva para o metal precioso nos próximos meses ainda não é clara. O analista acredita que um rali do ouro parece exigir um “estresse desordenado nos mercados financeiros, o que não deve ocorrer em breve”.