Nubank (ROXO34): banco eleva ações e mantém recomendação

A mudança no preço-alvo reflete lucros melhores que o esperado no primeiro semestre deste ano, de acordo com o analista Mario Pierry. Embora a qualidade dos ativos tenha piorado, as margens vieram acima do que o mercado e o BofA projetavam, o que fez com que o resultado do banco digital também fosse acima das expectativas.

“Incorporamos essas tendências ao nosso modelo, e aumentamos a estimativa de lucro líquido em cerca de 50% por ano, para US$ 1 bilhão em 2023, US$ 1,9 bilhão em 2024 e US$ 3,2 bilhões em 2025”, escreve Pierry, em relatório enviado a clientes.

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De acordo com ele, o crescimento da receita do Nubank tem sido puxado pelo aumento da parcela da carteira de crédito sobre a qual incidem juros: essa fatia passou de 18% há um ano para 29% do total no final do primeiro semestre. “Entretanto, esse crescimento tem sido sustentado pela introdução de novos produtos que permitem ao cliente financiar o pagamento de contas de serviços públicos e boletos bancários, o que acreditamos que pode vir a ter um impacto adverso na qualidade dos ativos.”

Outro ponto de atenção, de acordo com o BofA, é o fato de que os cartões de crédito hoje representam 40% das margens do Nubank, contra 30% em 2022, graças ao rápido crescimento da carteira. “Isso torna o Nubank vulnerável a um possível teto nos juros do crédito rotativo, o que poderia reduzir o lucro por ação entre 8% e 20% em 2024”, escreve o banco.

Por fim, o BofA afirma que mesmo com o rápido crescimento das margens e da carteira de crédito, os índices de atraso dos empréstimos do banco digital continuam subindo – como os índices são fruto da divisão dos atrasos totais pela carteira, seria natural que desacelerassem. Segundo Pierry, esse padrão indica uma tendência negativa para a qualidade dos ativos.

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