Os retornos dos Treasuries avançaram hoje, com a ponta longa renovando máximas em décadas. A alta é apoiada pela perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) manterá a política monetária restritiva por mais tempo, corroborada por dados e falas de dirigentes.
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Por volta das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos tinha alta a 5,212%. O da T-note de 10 anos ganhava a 4,897%, depois de bater 4,931%, maior patamar desde julho de 2007, na máxima intraday. O T-bond de 30 anos subia a 4,989%, depois de ter tocado o maior nível desde 2007, na máxima intraday a 5,030%.
Os EUA informaram alta nas construções de moradias iniciadas em setembro, indicando resiliência da economia. Dados fortes tendem a reforçam as expectativa de que o Federal Reserve (Fed) seguirá com juros em patamares elevados, o que se materializou em um impulso aos rendimentos dos títulos públicos.
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Em linha com essa perspectiva, o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, e a diretora Michelle Bowman destacaram a luta contra a inflação. O diretor Christopher Waller até disse que uma pausa no ciclo de aperto seria possível, mas ressaltou que as taxas devem seguir elevadas por bastante tempo.
O ANZ disse que a força da demanda interna apoia sua opinião de que a taxa de juro real neutra de equilíbrio subiu, sustentando o guidance de ‘higher for longer’ do Fed. Entretanto, o banco destaca que a política monetária e os dados fortes não são os únicos fatores contribuindo para a escalada dos retornos dos Treasuries:
“A elevada oferta de títulos, o QT (aperto quantitativo) e a redução nas compras estrangeiras também ajudam a aumentar os rendimentos, uma vez que o Tesouro dos EUA precisa atrair capital para financiar o seu crescente déficit orçamentário”, falou o ANZ, em relatório.
Os investidores estão cobrando valores mais altos de juros para refinanciar a dívida americana, segundo destacou o economista Igor Lucena, membro da Associação Portuguesa de Ciência Política. “O déficit americano está muito alto”, falou.
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Nesta sessão, O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos leiloou US$ 13 bilhões em T-bonds de 20 anos. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, foi de 2,59 vezes, abaixo da média recente de 2,72 vezes, segundo o BMO.