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Instituto Empresa pede à B3 saída da Magalu do Novo Mercado e do Ibovespa

O pedido de suspensão imediata se trata de uma resposta às incorreções contábeis identificadas pela varejista

Instituto Empresa pede à B3 saída da Magalu do Novo Mercado e do Ibovespa
Magazine Luiza. (FOTO: FELIPE RAU/ESTADAO)
  • As incorreções contábeis resultaram em uma redução do patrimônio líquido de R$ 829,5 milhões para R$ 322,1 milhões
  • Segundo o Instituto Empresa, as inconsistências identificadas durante as investigações, a partir de uma denúncia anônima, induziram o investidor ao erro

Assim como ocorreu com a Americanas (AMER3), as ações da Magazine Luiza (MGLU3) podem sair do Novo Mercado e também dos índices que integram na bolsa de valores. Isso porque o Instituto Ibero-Americano da Empresa, também conhecido como Instituto Empresa, entrou com um pedido para a B3 de aplicação de sanção disciplinar à varejista, devido à identificação de incorreções contábeis, divulgadas na segunda-feira (13) pela empresa via fato relevante.

Segundo o documento, as incorreções contábeis são referentes ao reconhecimento de bônus, relacionados às metas de desempenho dos fornecedores. A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima registrada em março deste ano. Os trabalhos foram realizados sob supervisão do Comitê de Auditoria, Riscos e Compliance da companhia (CARC).

A apuração conduzida por TozziniFreire Advogados e PricewaterhouseCoopers concluiu como improcedente denúncia anônima de supostas práticas comerciais em desacordo com o Código de Conduta e Ética da companhia. Ou seja, a investigação não encontrou indícios de que as imprecisões teriam sido causadas de forma proposital. No entanto, a identificação das incorreções foi responsável pelo ajuste do patrimônio líquido da varejista de R$ 829,5 milhões para R$ 322,1 milhões.

Para o Instituto Empresa, os erros encontrados pela companhia refletem a ausência de medidas de governança que possam impedir a ocorrência de inconsistências contábeis. “A única razão teleológica da existência e funcionamento de um segmento diferenciado de empresas no âmbito da Bolsa Brasileira é garantir níveis mais elevados de Governança. Este, portanto, é o único sentido do Novo Mercado”, justificou a companhia durante o pedido.

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A organização acrescentou ainda que as compras de ações e de debêntures da companhia foram realizadas com base em números falsos. Portanto, Eduardo Silva, Presidente do Instituto Empresa, afirma que uma arbitragem está sendo organizada para responsabilizar os controladores e garantir o ressarcimento aos investidores que adquiriram o papel com preço artificializado.

“A imprecisão contábil está sendo estudada por escritórios de advocacia e contadores contratados pelo Instituto. Em paralelo, acionistas e debenturistas estão sendo reunidos”, informou Silva. A expectativa é que, nos próximos dias, o montante do pedido de ressarcimento seja revelado.

Em nota ao E-Investidor, a Magazine Luiza informou que os ajustes realizados seguiram as normas contábeis e atenderam o interesse da companhia e de seus acionistas. Portanto, as mudanças decorrentes da investigação “não representaram nenhum prejuízo ou perda para nenhum de nossos investidores”.

Quais são as chances da B3 atender o pedido?

A identificação dos erros contábeis gerou uma repercussão negativa no mercado nas primeiras horas do pregão de terça-feira (14) e elevou a percepção de risco para a empresa. Apesar do prejuízo para a imagem do Magazine Luiza, os analistas acreditam que são pequenas as chances da B3 acatar o pedido do Instituto Empresa. “Não vai acatar. A Americanas só saiu agora (em novembro) do Novo Mercado”, diz Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos.

A suspensão das ações da Americanas (AMER3) da listagem do Novo Mercado por tempo indeterminado aconteceu no dia 8 de novembro, em decorrência da fraude contábil registrada em janeiro deste ano. Vale lembrar que essa foi a primeira vez que a bolsa brasileira aplicou uma sanção nesta categoria para uma companhia. Veja os detalhes nesta reportagem.

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Por essa razão, a única consequência esperada pelo pedido de sanções para a Magazine Luiza é uma pressão vendedora para o papel. “Não vejo motivos para que a B3 aceite tal pedido. De todo modo, esperamos que o papel se mantenha bastante volátil”, afirma Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.

Nas primeiras horas da manhã, as ações da Magazine Luiza (MGLU3) apresentaram uma desvalorização de 9%. As perdas persistiram durante a tarde. Por volta das 14h, os papéis caíram 2,31%, cotados a R$ 1,69. No entanto, a varejista conseguiu reverter as perdas e em ganhos próximo ao fim do pregão. Por volta das 16h40, os papeis apresentaram uma alta de 1,16%, cotado a R$ 1,75.

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