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- Na segunda-feira (27), a companhia divulgou um fato relevante anunciando que havia finalizado um acordo com os principais credores
- O analista José Eduardo Daronco, da Suno Research, explica que o acordo se faz importante porque, sem ele, a saída da recuperação judicial seria inviabilizada
- Bruce Barbosa, sócio fundador e analista de ações da Nord Research, afirma que o varejo no Brasil está em um momento de baixa e isso torna os ativos da companhia desinteressantes
A Americanas (AMER3), a gigante do varejo envolvida em um caso de fraude fiscal que se tornou público em janeiro, travo um duelo com seus principais credores, os bancos. Havia um impasse entre o aporte necessário por parte dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, da 3G Capital, e o calculado como mínimo por instituições financeiras para salvar a companhia.
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Na manhã de segunda-feira (27), a companhia divulgou um fato relevante anunciando que havia finalizado um acordo com os principais credores. Em reflexo, a ação disparou no pregão, alcançando alta de 10% por volta das 13h, mas encerrou o rali em baixa de 5,45%, cotada a R$ 1,04.
O plano proposto, que agora será votado em uma assembleia geral de credores marcada (AGC) para 19 de dezembro, prevê a capitalização de R$ 24 bilhões, sendo R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sucupira – e outros R$ 12 bilhões em conversão de dívida concursal por parte dos credores. A expectativa, após a implementação do plano, é que a dívida bruta da companhia caia para R$ 1,875 bilhão, contra os atuais R$ 40 bilhões.
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O acordo firmado foi aceito por titulares de mais de 35% da dívida da empresa, excluindo créditos intercompany. As ações emitidas terão seu preço fixado de acordo com o preço médio de mercado nos 60 dias anteriores, com um preço de emissão de 1,33 vezes esse valor, caso seja obtida a aprovação societária necessária.
A Americanas também assegurou uma garantia firme de R$ 1,5 bilhão com os credores apoiadores para obter fianças bancárias ou seguros-garantia, válida por dois anos após a conclusão da reestruturação ou até o término da recuperação judicial, o que ocorrer primeiro.
O analista José Eduardo Daronco, da Suno Research, explica que o acordo se faz importante porque, sem ele, a saída da recuperação judicial seria inviabilizada. “Na prática, ele chancela o acerto entre os principais credores e principais acionistas”, diz, acrescentando que esse movimento possibilitará que a empresa quite uma parcela significativa do seu passivo, além de reduzir o custo financeiro, dado que os bancos passarão a figurar como sócios.
Bruce Barbosa, sócio fundador e analista de ações da Nord Research, afirma que o varejo no Brasil está em um momento de baixa e isso torna os ativos da companhia desinteressantes. Para ele, há outras opções mais atrativas do que AMER3, a exemplo de Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3).
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João Lucas Tonello, analista de Investimentos da Benndorf Research, aponta que as ações podem iniciar entrada de volatilidade novamente: ou seja, se movimentar exatamente como segunda-feira (27), quando subiu e desabol. Para ele, o papel pode voltar a ser viável, mas o especialista não acredita que, neste momento, algum analista aceite o risco e recomende o ativo.
Vale lembrar que a ação AMER3 está fora da cobertura de boa parte dos bancos de investimentos e casas de análise. Segundo os especialistas consultados, este é apenas um primeiro passo para a varejista voltar a ser atrativa, mas, até que isto se concretize, ainda levará algum tempo.
Sobre o acordo
O acordo, proposto pela Americanas, foi aceito por Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e Santander Brasil (SANB11).
Tão importante quanto quem entrou no acerto é quem ficou de fora:o Banco Safra, para quem a varejista deve R$ 2,5 bilhões, bem como o Banco do Brasil (BBAS3), a Caixa Econômica Federal, o Votorantim, ABC (ABCB4) e o Daycoval.
Os credores elegíveis poderão aderir a essa garantia até a véspera da AGC. Em contrapartida, aqueles que assinarem o plano terão direito a receber uma parte desse montante a partir do pagamento antecipado de créditos. O não cumprimento das condições pode resultar na extinção do acordo, conforme indicado pela varejista.
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