- 2024 já estreou com boas perspectivas de retorno para alguns papéis em 2024, pelo menos considerando o cenário traçado até o momento
- O mercado está otimista com a bolsa em 2024. Embora tenha caído no primeiro pregão do ano, o Ibovespa encerrou 2023 com ganhos acumulados de 22,3%
- Pensando no cenário para todo o ano, o E-Investidor consultou analistas para indicar três papéis que podem trazer bons resultados e outras benesses, como o pagamento de dividendos
Ano novo, carteira nova? Quem não fez os tradicionais reajustes dos investimentos no final do ano passado ainda tem tempo de renovar ou manter escolhas. 2024 já estreou com boas perspectivas de retorno para alguns papéis em 2024, pelo menos considerando o cenário traçado até o momento.
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O mercado está otimista com a Bolsa em 2024, após o Ibovespa encerrar 2023 com ganhos acumulados de 22,3%. Este foi o segundo melhor retorno do ano passado entre várias classes de investimentos, perdendo apenas para o bitcoin, que subiu 133% no período. Veja o levantamento com os investimentos campeões de 2023.
Na primeira semana do ano, marcada por baixo apetite pelos ativos de risco, a principal referência da B3 acumulou queda de 1,61%, passando de 134.185,24 pontos para 132.022,92 pontos. Na segunda-feira (8), o índice terminou o dia em avanço de 0,31%, aos 132.426,54 pontos.
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Diversas casas já fizeram suas apostas para janeiro. Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4), por exemplo, foram os papéis mais citados nas carteiras recomendadas para o mês.
Pensando no cenário para todo o ano, o E-Investidor consultou analistas para indicar três papéis que podem trazer bons resultados e outras benesses, como o pagamento de dividendos.
Veja a seguir as indicações de cinco casas de investimentos.
Guide Investimentos
A casa de investimentos destaca que Allos (ALSO3), BTG Pactual (BPAC11) e Totvs (TOTS3).
Quanto à primeira, a leitura é a de que a empresa deve seguir capturando sinergias da combinação de negócios entre Aliansce Sonae e brMalls. “A companhia deve seguir remunerando os seus acionistas, seja via recompra de ações, financiada pelo movimento de venda de ativos não core, seja dividendos (projetamos um dividend yield de 10% em 2024)”, diz a Guide.
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Sobre o BTG, o destaque vai para a entrega de resultados operacionais. Para a casa de investimentos, o banco surpreende recorrentemente o consenso, mesmo em momentos de maior adversidade para o mercado de capitais e de menor apetite por riscos.
A Totvs é vista como defensiva, “uma vez que grande parte da sua receita é recorrente e atrelada à inflação, com alto ritmo de crescimento, geradora de caixa e com ótima estrutura de capital”. Por ter alto grau de sensibilidade aos juros, a Guide acredita que o papel tende a ser um dos que irá se destacar no ciclo de queda dos juros.
Harami Research
Fábio Sobreira, analista CNPI-P da Harami Research, selecionou os papéis de Petrobras (PETR4), Kepler Weber (KEPL3) e Irani (RANI3).
No caso de Petrobras, Sobreira destaca alguns indicadores, como o ROE (retorno sobre patrimônio) de 35%, que faz a ação ser negociada a 1,27x do seu valor patrimonial. Em suas estimativas, o número dá um poder de pagar dividendos de quase 30% em 2024, caso o preço do petróleo (brent) continue entre 80 e 100 dólares, e a empresa mantenha seus lucros e a política de distribuição. “A Petrobras apresenta uma combinação de valorização atrativa, retorno consistente, e um perfil operacional robusto, posicionando-a como uma potencial candidata para investimento a longo prazo”, diz Sobreira.
Entre os diferenciais da Kepler, de armazenagem de grãos, o analista cita a posição de liderança no mercado brasileiro e a expansão para mercados internacionais, e a dependência do agronegócio em armazenagem eficiente. Além disso, Sobreira diz que o ROE de mais de 38% pode garantir um poder de lucro de até 13% em 2024 e um dividendo de pelo menos 6% – caso a empresa mantenha sua política de distribuir perto de 50% do seu lucro em dividendos.
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Já a Irani, do setor de papel e embalagens, a perspectiva é de poder de lucro de mais de 17% em 2024, e dividendos acima dos 8% em 2024, caso mantenha o crescimento de receita de quase 15% no ano, estima Sobreira.
Monett
Felipe Paletta, sócio e analista da consolidadora de investimentos, indica Vale (VALE3), Alupar (ALUP11) e Brasil Agro (AGRO3).
Para ele, os três papéis têm perspectiva de boa valorização e se destacam também pela distribuição de elevados dividendos.
“Temos perspectiva de que poderão se valorizar acima da taxa Selic, que é justamente o alvo de todo investidor, ter um retorno bem acima da taxa livre de risco”, diz Paletta.
Nova Futura
A analista Bruna Sene destaca Vale (VALE3), BB Seguridade (BBSE3) e JBS (JBSS3).
Sobre a mineradora, a leitura é de que a empresa figura entre as maiores do setor a nível global, e que se beneficia com o preço do minério de ferro em patamares elevados, o que a deixa tecnicamente em tendência de alta.
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A BB Seguridade, por sua vez, possui um perfil mais defensivo, que pode se comportar bem em diversos cenários. “Graficamente, retomou a tendência de alta e tem espaço para a continuidade desse movimento”, diz Sene.
Já a JBS, maior produtora de proteínas do mundo, o destaque é para a diversificação geográfica. A analista aponta que se trata de uma companhia que vem de forte recuperação, e ainda tem espaço para a continuidade da tendência de alta. “Além disso, a companhia pode se beneficiar da queda mais recente dos preços de grãos, há perspectiva de continuidade expansão nas margens e desalavancagem financeira”, acrescenta Sene.
Quantzed
Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista, destaca Moura Dubeux (MDNE3), Eucatex (EUCA3) e Portobello (PTBL3).
Quanto à Moura Dubeux, construtora de médio a alto padrão focada nas capitais do Nordeste, Piovesan destaca o ciclo de grandes lançamentos e número de obras em andamento com entregas para 2024 e 2025. “Um dos atrativos é que a empresa deve iniciar um ciclo de pagamento de bons dividendos a partir de 2025. Estimo um dividend yield de 2 dígitos para 2025”, projeta o analista.
Sobre a Eucatex, o analista acredita que haverá um crescimento de resultado, devido ao reaquecimento da economia e do setor de material de construção. “Um ponto relevante é que ela tem melhorado bastante a governança corporativa após a entrada do BTG no capital como um acionista de referência”, cita Piovesan.
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A aposta na Portobello, também do setor de materiais de construção, o analista destaca a operação da rede de varejo em shoppings e o lançamento recente de uma fábrica nos Estados Unidos, que, para ele, deverá impactar no crescimento dos resultados consolidados em 2024. “É uma empresa que hoje está com uma alavancagem bem alta e se beneficia da queda da Selic e que deverá reduzir o endividamento ao longo do ano”, diz Piovesan.