Na disputa contra Nelson Tanure na Gafisa (GFSA3), a gestora Esh Capital lança um “bot” para identificar acionistas que estejam interessados em serem representados pela casa na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) marcada para o dia 7 de fevereiro. Em um chat automatizado, o investidor que enviar seus dados será contatado para a confecção de uma procuração em favor da Esh.
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De acordo com Ariane Benedito, RI institucional da Esh Capital, cerca de 3 mil já entraram em contato com a gestora pela ferramenta. “São interessados em votar conosco. Depois, há um processo de pedidos de documentação para preenchimento das procurações”, afirma.
Atualmente, a Esh possui 9,48% de participação na Gafisa.
Tanure x Esh Capital
A AGE do dia 7 de fevereiro é um evento sensível para a Gafisa. A reunião convocada pela Esh Capital irá deliberar sobre a suspensão dos direitos de Tanure e dos fundos supostamente a ele ligados.
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Segundo a Esh, há uma série de veículos de investimentos presentes na composição acionária da Gafisa, em que Tanure é indiretamente beneficiado. Se somadas as participações indiretas, o bilionário já teria ultrapassado 30% de participação na companhia – e, com isso, ativado a “poison pill” (pílula de veneno, em português) estabelecida no estatuto social da empresa. Esta cláusula define que qualquer acionista que estoure essa fatia deverá realizar uma OPA aos demais.
Estão na pauta também a destituição do atual Conselho de Administração e eleição de novos executivos para o cargo. Na outra ponta, os fundos Estocolmo FIM Crédito Privado – acusado pela Esh de representar interesses de Tanure – e Ravello FI em Participação Multiestratégia, buscam incluir na pauta da AGE a responsabilização da Esh por supostos prejuízos causados à Gafisa.
Procurado, Nelson Tanure preferiu não se pronunciar. Já a Gafisa afirmou que o pedido de convocação da AGE, feito pela Esh, “se limita a reproduzir fantasiosos argumentos e elementos baseados unicamente em suposições já anteriormente conhecidos e rejeitados pela ampla maioria dos acionistas em assembleia realizada em fevereiro de 2023”.
“Seu modus operandi não tem como objetivo final efetivamente discutir eventual infração do Estatuto Social, mas buscar meios para afastar os direitos políticos de uma série de acionistas a fim de viabilizar uma tomada hostil da Companhia ou, ainda, de forma mais imediata, ocasionar uma artificial oscilação da cotação das ações em prejuízo aos interesses da Companhia e, em consequência, do conjunto de seus acionistas”, diz a Gafisa, em comunicado enviado ao E-Investidor.
Novo acionista
O investidor Pedro Novellino é um nome novo dentro da Gafisa, cujo voto pode pesar na Assembleia. Recentemente, o acionista atingiu a participação de 11% da construtora e, para esta AGE, sugeriu o nome do contador Renato Sobral Pires Chaves para o Conselho de Administração da companhia.
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Vale lembrar que a eleição de novos membros só será considerada na AGE se a destituição dos atuais membros for aprovada pelos investidores.