Os juros futuros fecharam o dia em queda, mas o aumento da pressão no mercado de Treasuries ao longo da tarde deteriorou as condições do mercado doméstico, levando os juros a reduzir significativamente o ritmo visto em boa parte do dia. Os yields passaram a subir após leilão de T-Notes do Tesouro dos EUA, considerado fraco – e as taxas locais só não viraram também para cima porque o dólar conseguiu se manter em queda ante o real, embora mais comedida.
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A quarta-feira foi favorável a moedas emergentes após a decisão do Banco Central da China de reduzir a taxa de depósitos compulsórios, com reflexos positivos sobre a curva de juros, que tem espaço para correção diante da alta nos prêmios de risco desde a semana passada, decorrente do crescimento da tensão fiscal.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 10,060%, de 10,073% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2026 caiu de 9,77% para 9,75% e a do DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 9,92% (9,94% ontem). A taxa do DI para janeiro de 2029 terminou em 10,35%, de 10,38%.
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As mínimas foram registradas ainda pela manhã, em meio à repercussão da medida chinesa sobre os ativos e ao alívio na curva americana. No Brasil, as declarações do vice-presidente Geraldo Alckmin de que o governo não fará nenhum tipo de aporte no BNDES para financiar o programa Nova Indústria também agradaram.
À tarde, o ambiente global ficou mais cauteloso e o recuo dos DIs perdeu fôlego. Antes de virarem para cima, os retornos dos títulos americanos reduziram a queda com os PMIs dos EUA mais fortes do que o esperado, que endossarem a percepção de que o Federal Reserve deve postergar o início do ciclo de corte de juros para maio. Depois, veio o leilão de US$ 61 bilhões em T-notes de 5 anos do Tesouro dos EUA com demanda abaixo da média para azedar o humor dos investidores.
Os DIs conseguiram resistir em baixa por algum tempo, mas sucumbiram depois das 16h durante a formação dos preços de ajuste, coincidindo com as máximas da taxa da T-Note de dez anos até 4,19%. “Lá fora piorou e aí as moedas sentiram”, constatou o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. De todo modo, o dólar à vista conseguiu fechar em baixa, aos R$ 4,9321 (-0,47%), embora distante da mínima, na casa de R$ 4,90, atingida ainda na primeira etapa.
Lima lembra que a curva local acumulou alguma gordura na semana passada, havendo assim espaço para ajustes, e que a percepção de alguns agentes para a inflação é de melhora no médio prazo.
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Outro foco de atenção, afirmou, é o julgamento da questão das tarifas de uso dos sistemas de Distribuição e Transmissão (TUSD e TUST) de energia, que poderá aliviar a inflação este ano em cerca de 0,4 ponto porcentual se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que não devem compor a base de cálculo do ICMS. O julgamento deve ocorrer em 22 de fevereiro.