A perspectiva de corte da taxa básica de juros (Selic) no Brasil nesta semana em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano, não se traduziu em aumento de posição comprada, ou seja, aposta de alta para a Bolsa brasileira. De acordo com pesquisa da XP realizada em janeiro com gestores de fundos multimercados, a maior parte dos gestores seguem comprados, com 83% dos consultados, porém, houve uma queda em relação a pesquisa anterior, realizada em janeiro, quando 92% dos gestores estavam neste posição.
Leia também
A pesquisa realizada entre os dias 18 e 21 de janeiro com 25 gestoras que possuem mandatos multimercados macro, mostra que a posição vendida, ou seja, que apostam na queda da Bolsa brasileira, aumento de 8% em dezembro para 17% em janeiro. Já em Bolsas globais, a posição seguiu quase inalterada, com 47% dos gestores comprados, ante 48% na pesquisa anterior, e 53% vendidos, ante 52% em dezembro.
Apesar do otimismo com a Bolsa brasileira, o documento mostrou uma inversão sobre o risco local e global. “Além disso, estamos acompanhando a continuidade de uma redução na percepção de risco, e atualmente 43% apresentam uma perspectiva neutra para a economia global, além de uma inversão de perspectivas se comparado ao mês de dezembro, onde atualmente 39% se mostram construtivos com a economia global e 17% estão negativos. Na economia local, o otimismo é considerável, atualmente 65% dos gestores se mostram construtivos, contra um valor de 56% observado na última pesquisa”, explicou.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Segundo o relatório elaborado pela analista de fundos da XP, Clara Sodré, é consenso entre os gestores que a autoridade monetária deve cortar os juros em 0,5 p.p nesta próxima reunião (31/01). Sendo a primeira reunião do ano, os gestores apontam que a Selic alcance 9% em 2024, em linha com o esperado pelo mercado. Houve uma melhora nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a medição oficial da inflação no Brasil) no fim de 2024, a expectativa atual é de 4%. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, a expectativa atual é de 1,5%.