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- Analistas ouvidos pelo E-Investidor avaliam que ainda é cedo estipular até onde as ações da companhia podem chegar com uma possível venda da empresa, mas lembram que o mercado costuma reagir bem a privatizações
- Emae informou que o CDPED recomendou ao governo do Estado de São Paulo que autorize a contratação de estudos para a privatização da companhia
- Na quarta-feira (30), dia seguinte ao anúncio, as ações da companhia registraram alta de 7,82%, com cotação de R$ 36,82
As ações da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) estão em alta há seis pregões seguidos na B3. Na noite da última terça-feira (29), a companhia comunicou seus acionistas e o mercado financeiro sobre a possibilidade de privatização da estatal. Analistas ouvidos pelo E-Investidor avaliam que ainda é cedo estipular até onde as ações da EMAE4 podem chegar com uma possível venda da empresa, mas lembram que o mercado costuma reagir bem a privatizações.
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No comunicado, a Emae informou que o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) recomendou ao governo do Estado de São Paulo que autorize a Secretaria da Fazenda e Planejamento a contratar estudos e serviços necessários à alienação das ações de titularidade da Administração Pública estadual na companhia, ou seja, a sua privatização.
Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, explica que a Emae é hoje a última estatal paulista do setor de energia. Apesar da boa repercussão da notícia, ele lembra que tudo ainda está em fase preparatória, uma vez que o CDPEP sugeriu a contratação de consultoria para uma eventual venda.
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“Sem dúvida nenhuma o mercado reflete uma privatização de uma maneira muito boa. A gente vê isso não só na Emae, como em outras empresas. O caso da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) foi assim também quando o governo decidiu privatizá-la”, diz Musa.
Na quarta-feira (30), dia seguinte ao anúncio, o papel EMAE4 registrou alta de 7,82%, com cotação de R$ 36,82. Na terça (29), o papel já havia fechado o dia em R$ 34,14, com uma pequena valorização de 0,38% em relação aos R$ 34,01 do dia anterior.
Desde então, o movimento de alta vem se estabelecendo. Na terça-feira (6), a ação encerrou o pregão cotada em R$42,77, um crescimento de 4,83% em relação aos R$ 40,80 registrados na segunda-feira (5). Na quarta-feira (7), o papel abriu o pregão em R$ 43,03.
No acumulado de outubro, a empresa tem 16,87% de alta, e no acumulado do ano o crescimento é de 18,15%. Já no período de um mês, a ação avançou 42,29%, e em um ano subiu 76,14%
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O secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista à Reuters, disse acreditar que os levantamentos sobre a Emae podem começar ainda neste ano, mas não quis estimar um prazo para a conclusão desses trabalhos e para uma decisão sobre a privatização ou não da companhia.
Fábio Galdino, head de renda variável da Vero Investimentos, explica que, dada a dimensão do projeto, é possível que um estudo de viabilidade possa durar de dois a três anos. Por isso, ele diz ser cedo estimar o quanto as ações poderiam se valorizar caso a venda seja concretizada.
“Eu tenho dúvidas se, eventualmente, uma privatização pode fazer com que as ações tenham uma valorização muito grande. Acho que sim, vai ter um efeito positivo, mas tem que lembrar que privatizar não vai ser um processo fácil”, avalia Galdino.
O gestor da Vero acredita que o processo se daria por meio do regime de concessão, mas lembra que alguns aspectos importantes devem ser considerados, como o tamanho e o tempo do investimento que serão exigidos do comprador.
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O sócio da Acqua também prefere não projetar um patamar para onde as ações poderiam caminhar, mas afirma que privatizações “bem feitas” valorizam as ações.
“Até onde pode ir, realmente, é uma incógnita, mas tem aquela máxima de [que a ação] sobe no boato e cai no fato. Ou seja, no momento em que se concretiza o processo, normalmente, os papéis acabam tendo um recuo porque muita gente que comprou coloca o lucro no bolso”, diz Musa.