- Taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira com base na moeda nacional
- O regime cambial de cada país pode ser fixo, flutuante (caso do Brasil) ou atrelado
- Dólar comercial é o valor negociado na bolsa de valores e usada para a balança de pagamentos dos governo; o dólar turismo é vendido nas casa de câmbio
No noticiário econômico, todos os dias ouvimos que o preço do dólar subiu ou caiu. Mas, afinal, o que define esse valor? E o que é câmbio (ou taxa de câmbio), termo sempre utilizado neste contexto?
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A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira com base na moeda nacional. Usando o exemplo do dólar, a taxa será o valor da moeda americana em reais. Ou seja, se o preço do dólar está em R$ 5,00, esta é a taxa de câmbio da moeda americana neste dado momento.
O dólar é usado como referência mundial, seja para transações do mercado financeiro, de comércio entre países ou para o turismo. Mas não se esqueça de que a taxa de câmbio é o valor de qualquer moeda estrangeira (euro, pesos argentinos, ienes etc) com relação à nacional, no caso, o real.
Regimes cambiais
Os dois principais modelos para se definir o valor da moeda estrangeira são o câmbio fixo e o flutuante. Enquanto no primeiro caso o governo estabelece um preço específico e o Banco Central realiza movimentações para mantê-lo naquele patamar, no segundo o valor é determinado pelo mercado através de ações de compra e venda da moeda.
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Um exemplo da utilização do câmbio fixo na história brasileira ocorreu na implementação do real, em 1º de julho de 1994. Na época, R$ 1 passou a valer exatamente US$ 1. O Banco Central, então, passou a atuar no mercado comprando e vendendo dólares, por meio de reservas internacionais, com o objetivo de manter o preço estipulado. As ações ocorriam em qualquer quantidade e a qualquer momento, dependendo das movimentações do mercado.
Qual é o câmbio usado no Brasil?
Atualmente, o Brasil vive sob o regime do câmbio flutuante. Nele, o preço da moeda americana é baseado na oferta e a demanda do mercado. Os agentes financeiros, entre eles bancos e corretoras, compram e vendem dólares e, assim, regulam o valor da moeda. Quanto maior a procura por dólar, maior será seu valor em comparação ao real. Porém, quanto mais dólares foram vendidos para se adquirir reais, menor a sua cotação.
No Brasil o modelo vigente desde 1999 é o que chamamos de câmbio flutuante “sujo”. Nele, o mercado financeiro tem menos autonomia para definir o preço do dólar. Isto porque o Banco Central, atento às movimentações, atua no mercado vendendo e comprando dólares de acordo com a política econômica do governo.
Quando há maior procura pela moeda estrangeira e a taxa de câmbio sobe a níveis não desejados, o BC pode vender dólares no mercado, aumentando a oferta e pressionando o preço para baixo. Assim, o real volta a se valorizar frente ao dólar e a taxa de câmbio cai.
De maneira inversa, quando há uma grande entrada de dólares no País, o Banco Central pode adquirir a moeda, injetando reais na economia, para não permitir a queda da taxa de câmbio, se seu interesse for manter o valor do dólar acima do preço ajustado pelo mercado.
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Existe ainda o regime de câmbio atrelado, também chamado de deslizante, de bandas cambiais ou de crawling peg. O modelo, adotado pelo Brasil entre 1995 e 1999, é uma combinação do câmbio fixo e do flutuante. Neste caso, o Banco Central intervém diariamente no mercado para manter a moeda nacional flutuando entre os valores por ele estipulados. Através da compra e venda de dólares, o BC se compromete a assegurar um intervalo para a variação do câmbio.
Dólar comercial e turismo
O valor da moeda americana que ouvimos diariamente no noticiário geralmente é referente do dólar comercial, o mesmo negociado na bolsa de valores. Sua cotação é utilizada em transações econômicas de empresas ou do governo, como importações e exportações.
O preço do dólar comercial é determinado pelo mercado através da oferta e da demanda. Dependendo da política cambial do país, como dito anteriormente, o Banco Central interfere no valor estabelecido pelo mercado.
Já o dólar turismo é aquele definido pelas casas de câmbio para pessoas físicas que vão viajar e precisam do dinheiro em papel. Sua cotação tem como base o custo da moeda comercial, com o acréscimo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) praticado pelo Governo, além de custos logísticos e operacionais existentes para a moeda chegar às mãos do cliente.