- Os carros elétricos podem ser uma alternativa para mais barata para os motoristas que desejam reduzir os seus gastos
- Segundo uma simulação da 99, o gasto com energia compensa o valor elevado do custo de aluguel de veículos elétricos
- A troca do veículo à combustão pelo elétrico pode resultar em uma economia de até R$ 1 mil por mês. Veja!
Os gastos com o combustível corroem a maior fatia do faturamento dos motoristas que trabalham em aplicativos de corrida. A depender da carga horária de trabalho e dos quilômetros rodados, os custos podem ultrapassar facilmente a cifra de R$ 3 mil por mês. As formas de tentar reduzir a despesa são limitadas, mas uma simulação da 99 mostrou que os carros elétricos podem servir como alternativa para esse grupo. Segundo as estimativas da companhia, o uso desses veículos pode reduzir em até R$ 1 mil as despesas do motorista de aplicativo.
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A simulação comparou os custos de aluguel dos dois tipos de carros e os gastos de manutenção. No caso do veículos à combustão, foram considerados os custos mensais de R$ 2 mil pelo aluguel do carro e R$ 3,9 mil com combustível, equivalente a R$ 130 por dia. O total dessas despesas chega a um custo de R$ 5.900 por mês aos motoristas.
Os cálculos ficam próximos da realidade de Alberto Mota, de 50 anos. Há três anos e meio trabalhando como motorista de aplicativo, ele conta que gasta em média R$ 3 mil por mês apenas com gasolina. “Desde janeiro, eu trabalho de segunda a sábado e gasto até R$ 4 mil, valor que também inclui combustível, alimentação e manutenção do carro. Considerando apenas os gastos com combustível, o valor fica em torno de R$ 3 mil, mas já gastei menos quando o preço do combustível estava mais baixo”, diz Mota.
Já em relação aos veículos elétricos, o custo com aluguel considerado na simulação chega a R$ 4 mil por mês, o dobro dos modelos tradicionais. Por outro lado, o que alivia o bolso dos motoristas é o custo com energia para os mesmos quilômetros rodados: R$ 760 por mês.
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Segundo a 99, o estudo busca estimular a migração dos motoristas dos carros à combustão para os veículos elétricos. Há 1.700 veículos eletrificados na frota da empresa que foram os responsáveis por mais de 1,2 milhão de viagens em 2023. A maior parte das viagens aconteceu dentro a cidade de São Paulo. O aluguel dos carros pode ser realizado dentro da plataforma e conta com subsídios da empresa como forma de estimular a migração para os automóveis elétricos.
“Um dos principais fatores benéficos apontados foi em relação à redução de 80% do custo do combustível para a utilização dos veículos elétricos frente aos tradicionais modelos a combustão. Além disso, também foram destacados mais segurança, conforto e veículos com maior uso de tecnologia”, informou a 99 em comunicado ao E-Investidor.
Fora da plataforma da 99, há outras opções de locação para os motoristas de aplicativos A Movida, por exemplo, oferece planos de assinatura de veículos elétricos a partir de R$ 3.999 por mês. “Os contratos de locação podem ser semanais, mensais ou assinaturas de longo prazo e contemplam serviços como documentação e manutenção”, informou a empresa.
A Unidas não possui frotas de veículos 100% elétricos para a categoria, enquanto a Localiza (RENT3) disponibiliza esses automóveis para um número restrito de motoristas de aplicativo por meio de um projeto da Localiza Zarp, plataforma voltada para a categoria em parceria com Uber, Mobilize, Raizen (RAIZ4), Tupinambá e Carrefour Property.
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Energia solar para reduzir a conta do carro elétrico
A troca do veículo à combustão pelos elétricos vai encarecer a conta de energia no fim do mês das residências dos motoristas de aplicativo. No entanto, os sistemas fotovoltaicos surgem como mais uma alternativa que pode reduzir essa despesa. Uma simulação da Genyx, plataforma para comercialização de kits geradores fotovoltaicos, mostra que o custo de instalação do equipamento para que a geração consiga suprir o consumo do veículo e as despesas domiciliares fica em torno de R$ 26,2 mil.
O valor leva em consideração um consumo de 750 kWh por mês dos veículos elétricos e de 200kWh – o equivalente a uma conta de luz de R$ 200 nas tarifas atuais – para os gastos domiciliares. O pagamento do sistema vai depender da condição financeira do motorista, mas vale destacar que a popularização da energia solar barateou os financiamentos no Brasil. Caso o motorista opte pelo financiamento do equipamento a uma taxa de 1,49% por mês, as parcelas ficam em torno de R$ 729,96 em prazo de 60 meses ou R$ 603,72 em 84 meses. Ou seja, menor do que as estimativas de custo mensal para abastecer os carros elétricos.
Segundo Bruno Catta Preta, diretor de Relações Institucionais da Genyx, a vantagem econômica dos carros elétricos obtida por meio dos sistemas fotovoltaicos amplia o espaço da categoria no mercado brasileiro. “Temos vistos muito condomínios buscando até informações sobre como se preparar para receber os veículos elétricos. Uma coisa é um prédio ter 2 veículos elétricos, outra coisa é ter na garagem 10 a 20 automóveis elétricos”, afirma Catta Preta.
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O interesse por essa nova categoria de veículos pode ser verificada pelo número de carros vendidos no País. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), as vendas de carros de passeio eletrificados atingiram 93.927 em 2023. O número é 91% maior do que em 2022, quando o volume chegou a 49.245. Já em janeiro de 2024, as vendas somaram 12 mil veículos, o que representa uma alta de 167% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).