- Em meio a um cenário de alta nos preços dos aluguéis no Brasil, os consumidores devem tomar alguns cuidados na hora de escolher uma residência
- Segundo os especialistas, uma dica financeira importante é não comprometer mais de 30% do orçamento com as despesas do aluguel
- Essa porcentagem é estipulada considerando outros custos que irão pesar na renda familiar ou individual, como as despesas com transporte, alimentação, saúde e educação
Quem está pensando em alugar um imóvel deve tomar alguns cuidados para não comprometer a maior parte da renda e se desorganizar financeiramente. Isso porque os preços dos contratos no Brasil têm crescido nos últimos meses, como mostra o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), coletado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
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Para se ter uma ideia, o indicador apresentou um aumento de 4,34% em janeiro deste ano, reportando um crescimento mensal em 3 das 4 capitais analisadas pela FGV. Em São Paulo, o índice mensal subiu de 1,62% para 3,66% entre dezembro e janeiro. Em Porto Alegre, a taxa saltou de 0,10% para 9,86% no mesmo período e, no Rio de Janeiro, ela foi de 1,29% para 3,30%. Por outro lado, Belo Horizonte foi a única capital em que o indicador teve uma queda, de 0,68% para 0,16%.
Em meio a esse cenário de alta nos preços dos aluguéis, o Bora Investir, portal da B3, realizou uma reportagem elencando dicas para economizar na hora de escolher um imóvel e realizar o contrato com o proprietário. Quem quiser conferir o resultado, pode acessar este link e verificar as orientações dadas por diferentes educadores financeiros.
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Segundo os especialistas, uma dica financeira importante é não comprometer mais de 30% do orçamento com as despesas do aluguel. Marcelo Milech, consultor de valores mobiliários da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Planejar, destaca que essa porcentagem é estipulada considerando outros custos que irão pesar na renda familiar ou individual, como as despesas com transporte, alimentação, saúde e educação.
Dessa forma, antes de buscar um imóvel, o consumidor precisa realizar um planejamento financeiro e elencar quais são suas fontes de gastos e ganhos. O professor de finanças André Massaro também ressalta a necessidade de lembrar que o aluguel é uma despesa recorrente. “Isso é diferente de economizar para comprar algo, quando você faz um sacrifício financeiro para ter dinheiro e adquirir um celular ou um carro, por exemplo. No caso do aluguel, agir assim se tornaria um sacrifício permanente porque trata-se de uma despesa que acontece mês a mês.”
Após montar a planilha de gastos, é importante pensar nas despesas que podem ser cortadas sem afetar a qualidade de vida, saúde e bem-estar. Em médio e longo prazo, Massaro aconselha buscar, paralelamente, uma forma de ter aumento de receita para compensar essa perda no orçamento advinda do aluguel. A renda extra pode ser obtida tanto com investimentos quanto com atividades de trabalho.
Como escolher o imóvel?
Com o planejamento montado, chega a hora de procurar o local. Muitos acreditam que basta apenas pensar no valor do imóvel para tomar uma decisão. No entanto, para Milech, da Planejar, não é bem assim que funciona. Apesar de ser a preocupação principal, outros custos podem vir a ser incluídos no contrato e devem ser verificados previamente, como a cobrança de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e a mensalidade do condomínio.
Na hora de pesquisar os preços, o consultor recomenda fazer uma pesquisa minuciosa nos sites de anúncios de locação. “Há uma série de sites que ajudam e facilitam o processo de busca, inclusive até o processo final de locação. As variações de preços vão decorrer desses aspectos”, diz.
Ao procurar um imóvel, o consumidor também precisa prestar atenção na localização dele. Encontrar uma casa ou um apartamento próximo ao local de trabalho pode gerar economia de custos com transporte, principalmente nas grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro.
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Buscar uma residência em um bairro tranquilo e menos suscetível a assaltos é outro ponto importante, não só para as finanças, como também para sua qualidade de vida. O consultor aconselha os consumidores a terem um olhar de desconfiança com imóveis muito baratos.
“Se você vê 10 imóveis e 9 estão custando R$ 2.000 de aluguel, e encontra um por R$ 1.000, alguma coisa pode estar errada com esse último. Quando o milagre é muito grande, deve-se desconfiar do santo. Quando as discrepâncias são muito grandes, tem algum problema, seja no prédio ou na questão de segurança na região”, alerta.
Nesta reportagem do Bora Investir, portal da B3, é possível conferir outras dicas para economizar na hora de alugar um imóvel. A matéria também explica como funcionam diferentes formas de garantia para aluguel, como o seguro fiança, o título de capitalização e o depósito caução.