O dólar se valorizou nesta quarta-feira (10), apoiado pelo fato de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) trouxe números acima do esperado hoje, o que levou investidores a ajustar expectativas para a trajetória da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Com isso, o iene atingiu mínimas em quase 34 anos, o que reforçava especulações sobre eventual intervenção oficial para conter a moeda do Japão.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 152,96 pontos, o euro recuava a US$ 1,0747 e a libra tinha baixa a US$ 1,2543. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 1,05%, a 105,245 pontos. O CPI dos EUA subiu 0,4% em março ante fevereiro, acima da mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,3%. O núcleo do índice avançou também 0,4%, quando se esperava 0,3%, com as leituras anuais também acima da previsão.
O dólar recebeu impulso diante do dado, que motivou ajustes nas apostas do mercado para a trajetória dos juros neste ano pelo Fed. Entre analistas, a Oxford Economics, por exemplo, ponderava que poderia haver apenas dois cortes neste ano, nesse quadro. À tarde, o BC americano divulgou ata de sua mais recente reunião de política monetária.
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O documento reforçou a cautela dos dirigentes diante da inflação, bem como trouxe registros sobre o diálogo interno para reduzir o ritmo da redução no balanço do BC. Na avaliação da Pantheon, a ata mostrava que crescia a chance de o Fed agir mais lentamente nos cortes de juros. Entre outras moedas em foco, o dólar se valorizava a 1,3680 dólar canadense.
O BC do Canadá manteve sua taxa básica de juros hoje pela sexta vez seguida, em 5%, em linha com o esperado pelo mercado. O BC canadense sinalizou que um corte de juros em junho seria uma possibilidade, mas também acrescentou que precisa ver mais antes de ter confiança de que o progresso rumo à estabilidade de preços é sustentável. Para o Wells Fargo, o dólar canadense pode sofrer pressão de baixa nos próximos meses, com a perspectiva de que o BC local seja mais relaxado que o Fed.
O ING, por sua vez, avalia em relatório que dados mais recentes sugerem que o dólar não perdeu espaço no câmbio global no último ano, ao contrário do euro. O quadro levou a “algum rebalanceamento em favor das moedas asiáticas”, enquanto o yuan enfrenta desafios como moeda de reserva, mas faz progressos como divisa para transações, aponta. Para o ING, o dólar mantém a posição dominante, mas há uma crescente diversificação regional nos mercados cambiais.