Na quarta-feira (9), o Comitê de Política Monetária (Copom) baixou 0,25 p.p. da taxa Selic, que agora está 10,50% ao ano. Mesmo com a queda, a renda fixa continua sendo uma opção atraente para investidores, por oferecer retornos mais consistentes em comparação com a renda variável. Considerando um período de cinco anos, o capital investido pode dobrar com uma taxa de dois dígitos.
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Há outros fatores que contribuem para a preferência pela renda fixa em 2024. O ‘rali’ no final do ano anterior inflacionou bastante o mercado de ações, tornando improvável uma performance semelhante em 2024. A dificuldade em controlar e reduzir a inflação global, especialmente nos EUA e na Europa, tem impacto significativo. Os bancos centrais dessas regiões estão ajustando suas políticas monetárias para conter a inflação, o que pode resultar em menor estímulo econômico e afetar os mercados de ações.
A situação global, com o aumento dos preços das commodities, contribui para a resistência da inflação. No Brasil, o investimento em renda fixa é tradicionalmente valorizado, oferecendo retornos atraentes, mesmo considerando o prêmio de risco associado a países emergentes.
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A elevação dos preços do petróleo pode induzir a uma inflação mais alta e o aumento dos custos energéticos pode frear o crescimento econômico, levando os investidores a buscar ativos mais seguros.
O fortalecimento do dólar encarece e aumenta o risco dos investimentos, tornando a renda fixa uma alternativa mais interessante, pois a moeda americana valorizada pode impactar negativamente as exportações, desacelerando o crescimento econômico e impulsionando a procura por ativos seguros.
Temos também as alterações nas metas fiscais que podem aumentar a incerteza econômica, levando os investidores a buscar refúgio. Caso o governo precise aumentar a dívida para chegar às metas fiscais, isso pode resultar em elevação das taxas de juros, tornando os investimentos de renda fixa mais atrativos.
Em momentos de incerteza econômica, os investidores tendem a migrar para ativos considerados mais seguros, em um fenômeno conhecido como “fly to quality”. Nesse contexto, os títulos de renda fixa, especialmente os emitidos pelo governo, são vistos como investimentos seguros, o que pode impulsionar a demanda por esse tipo de ativo diante de qualquer aumento na incerteza econômica.
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O Brasil está familiarizado com crises, inflação e instabilidade, e sua população está acostumada a lidar com esses desafios. Embora o país dependa das melhorias no ambiente de juros dos EUA e de outras economias desenvolvidas, ele se encontra em uma posição vantajosa no cenário global.
A decisão do governo de zerar a meta de superávit para 2025 e permitir um déficit fiscal revela um relaxamento em relação às metas fiscais anteriormente estabelecidas, que eram mais ambiciosas.
Conforme falei, as cinco razões são:
- Preços do petróleo;
- Fortalecimento do dólar;
- Alterações na meta fiscal;
- Taxa de juros dos EUA;
- Mercado de ações inflacionado pelo rali do final de 2023.
Portanto, o ano de 2024 tende a se manter favorável para a renda fixa. Ela continua sendo uma opção atraente para investidores que buscam segurança e retornos consistentes em um ambiente econômico incerto.