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Apenas 30% dos fundos de previdência superaram o CDI em 10 anos. Veja ranking

Apesar da baixa rentabilidade, a indústria dobrou de tamanho durante o mesmo período. Veja os números!

Apenas 30% dos fundos de previdência superaram o CDI em 10 anos. Veja ranking
(Foto: Envato Elements)
  • A previdência privada costuma ser a principal escolha dos investidores que desejam adquirir uma renda complementar à aposentadoria no futuro
  • O problema é que os fundos de previdência possuem baixa rentabilidade e nem todos não conseguem ter ganhos acima do CDI
  • Custos elevados e maior exposição dos portfólios a títulos indexados ao IPCA são as principais razões para o baixo desempenho

O envelhecimento da população e a complexidade das regras da previdência pública obrigam os brasileiros a buscar alternativas de renda complementar para a aposentadoria.

Os fundos de previdência costumam ser a porta de entrada para quem não deseja depender 100% dos recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que possui um teto máximo de R$ 7,5 mil. O problema é que esses instrumentos nem sempre entregam rentabilidades atrativas para os seus cotistas.

Um levantamento realizado pela Elos Ayta Consultoria, a pedido do E-Investidor, mostrou que apenas 30,5% dos fundos de previdência conseguiram bater o CDI em um intervalo de 10 anos. O levantamento avaliou a rentabilidade de 360 fundos de previdência de renda fixa, multimercados e balanceados com pelo menos 10 anos de atividade e com um patrimônio líquido mínimo de R$ 100 milhões.

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Os rendimentos abaixo do benchmark, índice de referência para avaliar o desempenho de uma estratégia de investimentos, também estão presentes entre os fundos de previdência de ações. Ainda de acordo com a Elos Ayta Consultoria, dos 13 produtos analisados, apenas cinco conseguiram entregar prêmios acima do Ibovespa, principal índice da B3, em uma década. Mesmo com os baixos retornos, a indústria não deixou de atrair investidores.

Os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) mostram que, em 10 anos, o patrimônio líquido sob gestão dos fundos de previdência dobrou de tamanho. Saiu de R$ 686,9 bilhões, em dezembro de 2013, para R$ 1,35 trilhão, em dezembro de 2023. Já os fundos de multimercados tiveram um acréscimo de R$ 598,4 bilhões que representa um salto de R$ 56,7%.

A diferença entre a baixa rentabilidade e o crescimento da indústria tem seus porquês. Uma das respostas para essa dualidade vivenciada pelos fundos de previdência se encontra no próprio desses investimentos: foco no longo prazo. Com esse objetivo, a principal tarefa dos gestores é garantir que o patrimônio do investidor fique acima da inflação ao longo dos anos.

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Os dados do Tesouro Nacional, levantados pela Levante Inside Corp, mostram que, em março deste ano, os NTN-Bs (títulos do Tesouro indexados ao IPCA) corresponderam a 56% do portfólio de produtos de investimentos voltados para a previdência, enquanto os títulos Tesouro Selic (as LFTs) respondiam cerca de 32% da carteira.

Fabrício Silvestre, analista de Renda Fixa da Levante Inside Corp, ressalta que essa exposição ajuda a entender o desempenho dos fundos de previdência. Nos últimos 12 meses, o índice de mercado da Anbima – S (IMA-S), formado por títulos pós-fixados atrelados à Selic, apresentou uma performance de 12,44%. Já o IMA-B, formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA, registrou um desempenho de 7,4% durante o mesmo período.

Apesar do baixo retorno, os fundos de previdência são vistos como veículos de investimentos “seguros”. Ou seja, para Silvestre, essa visão ajuda a entender o porquê do crescimento dessa indústria. “Quando temos uma maior incerteza, gera um movimento de saques em fundos de multimercados (como mostramos nesta reportagem). Já os fundos de previdência são mais seguros e, talvez, sejam vistos como um porto seguro para a alocação de recursos”, avalia o analista da Levante Inside.

As vantagens tributárias, como ausência do regime come-cotas (cobrança semestral do IR), também são outros atrativos aos investidores para essa modalidade de investimento. O outro agravante é o custo por trás desses fundos. Há fundos que possuem taxas de administração superiores a 1%, o que pode ser considerado um porcentual elevado a depender da estratégia de alocação dos recursos. “O fundo que compra títulos públicos e cobra uma taxa de administração acima de 1% não vai bater o CDI porque possui um custo muito elevado”, diz Natália Coura, diretora de distribuição da Sparta Investimentos.

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No entanto, ela ressalta não haver uma régua para determinar os porcentuais de taxas de administração que possa ser utilizado para selecionar os custos elevados e baixos. Tudo vai depender da estratégia de investimentos dentro do portfólio. “O fundo precisa ter uma taxa de administração conforme a sua agregação de valor. Então, se o fundo de previdência compra títulos públicos do governo, não pode ter uma taxa de administração muito alta porque não está agregando muito valor”, ressalta Coura.

A realidade do mercado estimula as entidades de previdência fechada (ou fundos de pensão – planos de previdência produzidos para grupos específicos, como funcionários de empresas) no Brasil a oferecer produtos com portfólios semelhantes, mas com uma rentabilidade maior. É o caso da Quanta Previdência, que lançou neste mês os fundos Conservador Referenciado DI e o Moderado Inflação. O objetivo é entregar aos investidores mais conservadores opções de investimento voltados para a previdência que entreguem retornos de 100% do CDI líquido e com uma taxa de administração menor, em torno de 0,25%.

“No caso do Moderado Inflação, escolhemos um indicador IMA-B 5 que reúne os títulos de IPCA com vencimento de até cinco anos. Esse indicador nos últimos 10 anos entregar quase 200% de retorno”, diz Helenize da Silva, gerente de Investimentos, Finanças e Controladoria da Quanta. Já no conservador referenciado DI, as aplicações são feitas em títulos públicos indexados à taxa de juros e em crédito bancário de qualidade elevada.

Brasileiros mais atentos à previdência

Os brasileiros têm como idade ideal para a aposentadoria os 59 anos, segundo dados da 6ª edição do Raio X do investidor brasileiro. O problema é que apenas 18,3% da população iniciaram o seu planejamento financeiro para chegar a esta fase da vida com mais conforto. Já 58,1% disseram na pesquisa que não iniciaram, mas pretendem poupar para a aposentadoria.

Para quem está nesta situação, não há muitos segredos para se ter um planejamento de previdência. O primeiro passo para iniciar essa jornada acontece na separação dos gastos mensais considerados fixos e variáveis. Sem saber para onde vai o seu dinheiro, o hábito de destinar um valor mensal para os investimentos pode se tornar inviável.

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Isso acontece porque as chances de surgir uma despesa inesperada são maiores quando não há um planejamento financeiro. Por isso, os especialistas em educação financeira orientam que a organização seja feita da seguinte forma:

  • 50% da renda devem ser direcionados para os gastos obrigatórios (água, luz e moradia);
  • 30% para as despesas variáveis (lazer e bem-estar);
  • 20% para os investimentos.

Vale destacar que essa é apenas uma recomendação genérica. Caso a sua realidade financeira não permita aportes na faixa de 20% da sua renda, qualquer quantia é válida. É preciso ter em mente que o fator tempo é tão importante quanto os aportes necessários para alcançar a renda desejada no futuro. “Orientamos para as pessoas a iniciarem a previdência privada o quanto antes porque o esforço para essa poupança vai ser muito menor”, diz Silva, da Quanta.

Além disso, os investidores precisam revisar pelo menos todos os anos o planejamento financeiro para saber se a estratégia de investimento e os valores dos aportes serão suficientes para alcançar a renda passiva ideal no futuro. “O prazo indicado para as revisões é de seis meses a um ano, mas outras revisões poderão ser feitas em qualquer momento, em virtude das condições patrimoniais ou financeiras do investidor”, afirma Sigrid Guimarães, CEO da Alocc gestão patrimonial. A revisão pode se tornar necessária também pelas alterações das condições de mercado.

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