Acusada de desviar R$ 927 mil da formatura de estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Alicia Dudy Muller Veiga foi condenada pela Justiça de São Paulo, nesta terça-feira (2), a cinco anos de prisão pelo crime de estelionato, que poderão ser cumpridos em regime semiaberto. Veiga também deverá pagar às vítimas uma indenização correspondente ao mesmo valor do prejuízo causado por ela, segundo a notícia veiculada pelo Estadão.
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O juiz Eduardo Balbone Costa, da 7ª Vara Criminal da Capital, que assina a decisão, diz que a então estudante de medicina da USP aproveitou da sua condição de presidente da comissão de formatura para se apossar o dinheiro arrecadado ao longo de meses a fim de obter lucros especulativos pessoais.
Na ocasião em que foi acusada dos crimes, em janeiro de 2023, Alicia admitiu aos colegas de turma ter perdido o dinheiro arrecadado pela comissão. Primeiro, disse que tinha investido o dinheiro e sido vítima de um golpe praticado por uma empresa de investimentos, a Sentinel Bank. Empresa especializada em comprar ações na Bolsa de Valores, a corretora prometia devolver rendimentos de até 6,4% ao mês.
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Apesar das alegações de fraudes da ex-estudante de medicina não estarem confirmadas, a Sentinel Bank já se envolveu em diversas outras polêmicas. Veja mais detalhes nesta reportagem. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também já publicou um alerta ao mercado informando que o Sentinel não tinha autorização para intermediar esse tipo de ação.
O Sentinel Bank também já foi acionado na Justiça 158 vezes, com acusações de pessoas que investiram com a corretora e nunca chegaram a receber nenhum tipo de rendimento. No site “Reclame Aqui” do Sentinel Bank, outras duas pessoas disseram ter investido na corretora e não terem recebido o dinheiro.
Relembre o caso
A denúncia por estelionato contra Alicia foi feita pelo Ministério Público em março do ano passado. A peça, assinada na época pelo promotor Fabiano Pavan Severiano, afirma que a jovem teria praticado estelionato por oito vezes e tentado em uma nona oportunidade, que não chegou a ser concretizada.
O número de crimes se refere à quantidade de vezes em que ela teria pedido à empresa contratada para organizar a festa para transferir o montante da conta bancária da comissão para a sua particular. Os repasses teriam começado em novembro de 2021 e se estendido ao longo do ano passado em outras sete ocasiões. Os oito pedidos totalizaram a transferência de R$ 927.765,33 para as contas de Alicia.
Após o episódio tornar-se público e os colegas registrarem boletim de ocorrência, ela admitiu, em depoimento à Polícia Civil, que usou os valores acumulados no fundo da formatura para gastos pessoais e apostas em casas lotéricas para tentar, sem sucesso, reaver o dinheiro perdido.
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