As eleições na Venezuela terminaram com indefinição neste domingo. O ditador Nicolás Maduro foi declarado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela após ter conquistado 51,2% dos votos. Já a oposição disse que a apuração foi repleta de irregularidades e estima que o candidato Edmundo González Urrutia foi vencedor com 70% dos votos. Em meio a essa incerteza, a Genial Investimentos projeta como essa disputa no país vizinho pode afetar a Petrobras (PETR3; PETR4) e as demais petroleiras brasileiras.
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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou na madrugada desta segunda-feira a vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial na Venezuela. Com 80% da apuração concluída, o atual presidente do país obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González Urrutia. Os demais candidatos somaram 4,6% dos votos. O comparecimento às urnas foi de 59%. O CNE informou ainda que a demora para a liberação dos resultados do pleito realizado no domingo, 28, ocorreu por causa de um ataque ao sistema de transmissão dos votos.
O analista comenta que não faltam indícios da ausência de lisura no processo eleitoral da Venezuela. Ele diz também que uma virada democrática é algo difícil de se apostar. O especialista relata que a queda do regime de Nicolás Maduro não é o cenário base, mas que há uma possibilidade remota disso acontecer. Caso Maduro caía, a mudança democrática na Venezuela traria redirecionamento nos interesses globais.
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O país da América do Sul possui uma das maiores reservas de petróleo do planeta. Em 2005, a Venezuela produzia 3,3 milhões de barris de petróleo por dia. O analista da corretora lembra que após o país passar por uma série de sanções econômicas, ao longo dos últimos anos (como congelamento de ativos financeiros e restrições a transações financeiras), teve uma queda na produção, que caiu para 600 mil barris por dia.
Na visão da Genial Investimentos, essa redução da produção venezuelana beneficiou a Rússia, visto que essa menor oferta da matéria-prima manteve os preços do petróleo em patamares estruturalmente mais elevados. Vale lembrar que a Rússia é um grande exportador de petróleo. Já para os EUA, a queda de Nicolás Maduro seria positiva, já que o país governando por Joe Biden passa por um período de juros altos e inflação acima da meta.
Com saída de Maduro, a Venezuela voltaria a produzir petróleo de forma acelerada, o que faria com que o preço do barril caísse, aliviando as pressões inflacionárias vividas pelo país. “É importante mencionar que a evolução dessa produção não é apenas “virar a chavinha” e deve acontecer apenas ao longo dos anos. Mas duvidamos que os níveis de preço explícitos nas curvas futuras dos preços do petróleo vão ficar indiferentes a esse evento – a depender dos planos do novo governo que vai assumir, é claro”, aponta Vitor Sousa, que assina o relatório da Genial.
Como a Petrobras seria impactada por uma queda de Nicolás Maduro?
Para a Petrobras e as pequenas produtoras brasileiras (juniors oils), o raciocínio é quase o mesmo. Com a maior reserva de petróleo de todo o planeta, a Venezuela teria o poder de resolver – ou ao menos, amenizar – o problema de oferta enfrentado pelo planeta tendo em vista o subinvestimento realizado pela indústria de exploração e produção nos últimos anos e retomar seu posicionamento como centro produtivo de petróleo.
Com essa mudança, o valor das ações da estatal brasileira seriam impactados pela queda do preço do petróleo. “Nesse caso, empresas com baixos custos de produção, baixo endividamento e planos de investimento modestos tenderiam a surfar melhor um cenário de preços mais baixos em relação aos atuais e, quem sabe, aproveitar as oportunidades que devem surgir adiante, principalmente no segmento de redesenvolvimento tendo em vista todo o subinvestimento que o país passou nos últimos anos”, explica Sousa.
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Por causa disso, o especialista lista em ordem de preferência sobre quais ações o investidor poderia ter na carteira após o resultado nas eleições venezuelanas. A primeira é a Prio (PRIO3), com a Petrobras em segundo lugar. A terceira colocada é a Petrorecôncavo (RECV3) e a quarta,a 3R Petroleum (RRRP3).
A Prio gasta US$ 7 para extrair cada barril de petróleo de seus campos. Já a Petrobras tem um custo de US$ 6 por barril. A Petrorecôncavo tem um gasto de US$ 18 para retirar cada barril. E a 3R Petroleum possui um custo de US$ 18 dólares. Além dos custos, os analistas olham endividamento e planos de investimentos, o que faz com que a Prio fique em primeiro lugar em relação à estatal brasileira de petróleo.
A companhia do governo federal tem um endividamento medido pela alavancagem de 0,86 vezes a dívida líquida sobre Ebitda. Já a Prio possui uma alavancagem de 0,7 vezes a dívida líquida sobre Ebitda. Além disso, a PRIO investiu 81% do seu patrimônio líquido nos últimos cinco anos, enquanto a Petrobras aportou 123%.
“Entendemos que o plano de investimento possa ser flexível em cenários de preços baixos do petróleo brent, mas a redução de investimento pode simplesmente não ser desejável, como na Petrobras. Por último, é importante lembrar que esse ‘ranking’ é baseado nas características que observamos hoje contra uma nova realidade que deve ser implementada ao longo dos anos”, comenta Vitor Sousa. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou no domingo que Nicolás Maduro venceu as eleições na Venezuela com 51% dos votos. O resultado foi contestado pela oposição.
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