O BB Investimentos elevou a recomendação para a Petrobras (PETR3; PETR4) de neutra para compra após a companhia divulgar, na noite de segunda-feira (29), o seu relatório trimestral de produção e vendas. A estatal teve uma produção total de 2,69 milhões de barris diários (boed) de óleo equivalente no segundo trimestre de 2024, uma alta de 2,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.
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O analista comenta que, apesar da alta na base anual, o olhar sobre a comparação entre o primeiro trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2024 pesou, visto que a produção total enfrentou uma redução de 2,4%. “Essa queda aconteceu devido às paradas programadas de manutenção e declínio de campos maduros. Na comparação anual, houve aumento de 2,4%, refletindo o início de produção da Petrobras nos postos Almirante Barroso, P-71, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba”, diz Daniel Cobucci, que assina o relatório do BB Investimentos.
Justamente por causa dessa queda na produção entre o primeiro e o segundo trimestre de 2024, o especialista espera um resultado do segundo trimestre de 2024 da Petrobras ligeiramente abaixo do ciclo de janeiro a março. Entretanto, o especialista comenta que os números do período de abril a junho de 2024 da petroleira devem vir nas expectativas diante das janelas de paradas programadas de manutenção, e com o preço do petróleo Brent ligeiramente mais alto.
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O especialista lembra que no segmento RTC (refino, transporte e comercialização), houve redução de 0,1 ponto porcentual no fator de utilização das refinarias ante o primeiro trimestre de 2024, mas se mantendo em ritmo forte de alta de 0,2 ponto porcentual na base anual entre o primeiro semestre de 2023 e o primeiro semestre de 2024.
Política de preços da Petrobras é positiva
A Petrobras também registrou queda de 0,5% na produção de derivados, mas com mix mais dedicado a produtos com melhores margens, como gasolina e diesel, em detrimento do gás de cozinha, nafta e óleo combustível. O especialista comenta que parte dessa queda foi puxada pela redução 0,6% das vendas de diesel da Petrobras, que estão sendo negociadas a valores superiores aos que os brasileiros importam.
O analista lembra que embora entidades como a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) reportem que a estatal do petróleo pratica uma defasagem superior a 10% entre os preços do diesel da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI), esses valores abordados tratam de uma realidade fictícia. Isso porque a Petrobras não está competindo com o diesel vindo do Golfo do México, premissa do antigo PPI, mas sim com o diesel de origem russa, dado que essa foi a origem de 98% do diesel importado em maio.
“Assim, nossa percepção é de que, caso o PPI estivesse vigente, a Petrobras estaria nesse momento perdendo market share para importadores, visto que a petroleira estaria vendendo a um preço elevado em relação aos concorrentes. Desse modo, ainda que os preços mais altos resultassem em melhores margens para a Petrobras, isso teria um custo: perda de volume de vendas da Petrobras e menor utilização do parque de refino, indicando que a combinação atual, de custo alternativo do cliente (CAC) e valor marginal, oferece mais flexibilidade para a companhia maximizar sua estratégia comercial”, diz Cobucci.
Investir na Petrobras é bom negócio?
O analista do BB Investimentos observa que a ação da Petrobras está sendo negociada a múltiplos atrativos, visto que o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda) está em 2,8 vezes, ante pares negociados a uma média de 4,2 vezes. “Além disso, alguns riscos que avaliamos quando de nossa mudança de recomendação não se concretizaram, notadamente mudanças na alocação de capital e nas políticas de dividendos e comercial, cuja dinâmica atual vemos como favorável”, diz Daniel Cobucci.
Com base nessas premissas, o BB Investimentos elevou a recomendação para as ações da Petrobras (PETR4) de neutra para compra com preço-alvo de R$ 47, potencial alta de 27,4% na comparação com o fechamento de segunda-feira (29), quando a ação encerrou o pregão a R$ 36,88.
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