A mediana do boletim Focus para a Selic no fim de 2025 subiu pela segunda semana consecutiva, de 9,75% para 10%, indicando um orçamento total de cortes de apenas 0,5 ponto percentual no ano que vem. A projeção para a taxa básica de juros no fim de 2024 se manteve em 10,5% pela nona semana consecutiva.
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Na semana passada, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou em duas ocasiões que a autoridade monetária fará o que for preciso para garantir a convergência das expectativas de inflação para o centro da meta, de 3%.
Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, na terça-feira (13), ele reforçou que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem votado de forma unânime para garantir a convergência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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Na sexta-feira (16), em um evento organizado pelo Barclays, em São Paulo, Campos Neto reforçou que uma alta de juros está na mesa, se necessária. “Não estamos dando um guidance (projeção), mas faremos o que for necessário para levar a inflação à meta – e, se aumentar os juros for necessário, nós aumentaremos”, ele afirmou, reforçando que o BC vai perseguir a meta independentemente de quem seja seu próximo presidente.
Considerando apenas as 53 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 10,5%. A estimativa intermediária para os juros no fim de 2025 subiu de 9,75% para 10%, também incorporando apenas as 52 atualizações da semana passada. O mercado manteve o consenso de que os juros encerrarão 2026 e 2027 em 9%.
Projeções do boletim Focus para a inflação
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 subiu pela quinta semana consecutiva, de 4,20% para 4,22%, distanciando-se ainda mais do centro da meta, de 3%. Um mês antes, era de 4,05%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 cedeu de 3,97% para 3,91%, a segunda baixa seguida. Um mês antes, ela estava em 3,90%.
Considerando apenas as 54 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do documento para o IPCA de 2024 caiu de 4,22% para 4,21%. A projeção para a inflação de 2025 cedeu de 3,90% para 3,87%, levando em conta apenas as 54 atualizações no período.
No último ciclo de comunicações, o Copom informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.
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O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no ano que vem, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.
As medianas da boletim Focus para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 11ª e 59ª semana consecutiva, respectivamente.
* Com informações do Broadcast