O dólar hoje inverteu o sinal de abertura e passou a subir após o leilão da moeda americana promovido às 9h30 pelo Banco Central. Às 11h10, o câmbio estava cotado a R$ 5,647, uma alta de R$ 0,42%.
Mais cedo, o dólar abriu o pregão sendo comercializado a R$ 5,5813, uma queda de 0,74%. Ontem, o câmbio fechou em alta de 1,22%, cotado a R$ 5,6231. Foi o quarto dia consecutivo em que o pregão terminou com o real desvalorizado frente ao dólar.
Hoje, os investidores estão de olho no Departamento do Comércio dos EUA, que deve divulgar, às 9h30 (horário de Brasília), os dados sobre renda e gastos pessoais de julho, além do deflator do índice de preços de gastos com consumo (PCE) para o mesmo mês. Na última leitura, a renda pessoal teve um aumento de 0,2% e os gastos subiram 0,3% em relação ao mês anterior.
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O PCE cheio apresentou uma variação de +0,1% na margem e um aumento de 2,5% no acumulado de 12 meses. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve um aumento de 0,2% na margem e 2,6% no ano. As projeções de consenso são de um crescimento de 0,2% para a renda, 0,5% para os gastos e 0,2% para o núcleo do PCE, todos na comparação mensal.
O mercado ainda analisa, desde a manhã de quinta-feira (29), os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. A economia americana apresentou um crescimento maior do que o inicialmente estimado no segundo trimestre, impulsionado por um aumento nos gastos dos consumidores e pela recuperação dos lucros empresariais, fatores que devem contribuir para manter a expansão econômica.
O Departamento de Comércio informou que o PIB foi revisado para uma taxa de crescimento de 3% no segundo trimestre. Esta revisão é superior à estimativa anterior de 2,8%, divulgada no mês passado. No primeiro trimestre, a economia dos EUA cresceu 1,4%.
Cenário doméstico: Indicador de Incerteza da Economia, leilão de dólares e indicação de Galípolo estão no radar do mercado
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) deve divulgar, às 10h15, o Indicador de Incerteza da Economia Brasil (IIE-Br) referente ao mês de agosto. Em julho, o IIE-Br registrou uma queda de 0,3 ponto, alcançando 110,3 pontos. No cálculo das médias móveis trimestrais, o indicador apresentou um aumento de 1,3 ponto, atingindo 111,3 pontos.
Das 9h30 às 9h35, o Banco Central promoveu um leilão de até US$ 1,5 bilhão. A operação ocorreu no mercado de câmbio à vista. Foi o primeiro leilão desde abril de 2022.
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O Banco Central vende dólares ao mercado financeiro com o objetivo de aumentar a oferta da moeda e conter a alta da taxa de câmbio. Essa medida é tomada enquanto investidores buscam o dólar como forma de proteção diante das incertezas relacionadas aos juros nos Estados Unidos e à situação fiscal no Brasil.
Ontem, o mercado de câmbio experimentou um aumento de estresse, que muitos participantes atribuíram a fatores internos e a uma antecipação de questões técnicas, como a formação da taxa Ptax de final de mês e o rebalanceamento do EWZ (o MSCI Brazil ETF), que pode causar um fluxo de saída hoje.
Desde quarta-feira (28), os investidores repercutem a indicação de Gabriel Galípolo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Central. O atual diretor de Política Monetária do BC deve substituir Roberto Campos Neto.
Gabriel Galípolo deve ser sabatinado no Senado no dia 9 de setembro, de acordo com informações obtidas pela jornalista Julia Duailibi, da GloboNews. Nesta sexta-feira (30), Lula encaminhou formalmente ao Senado Federal a indicação de Galípolo. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União.
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Após passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, posteriormente Galípolo precisará ser aprovado pelo plenário da Casa, em votação secreta. A indicação já era aguardada pelo mercado. Galípolo chegou a antecipar seu retorno a Brasília após uma viagem, ficando de prontidão a pedido do presidente.
Até agora, o dólar exibe alta de 2,62% na semana, queda de 0,55% no mês e alta de 15,88% no ano.