- O Ibovespa subiu 6,54% em agosto e confirmou o seu melhor resultado mensal em 2024
- O grande catalisador para o bom desempenho da Bolsa brasileira no período foi a expectativa pelo início do corte de juros nos Estados Unidos em setembro
- Nesse cenário, o E-Investidor consultou dez bancos e corretoras para elencar as melhores ações para investir neste mês
O Ibovespa teve, em agosto, o seu melhor resultado de 2024. A principal referência da B3 subiu 6,54% no mês – o maior avanço mensal desde novembro de 2023, quando o índice acumulou alta de 12,5%. O iminente corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), em setembro, foi o gatilho para a boa performance dos ativos de risco nas últimas semanas.
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Quem observasse o Ibovespa no começo do mês teria dificuldades em prever a recuperação da Bolsa no Brasil. Isso porque, em 5 de agosto, um “pânico generalizado” assolou os mercados globais, levando o índice japonês Nikkei a desabar 12,4% em Tóquio – sua pior queda desde 1987. A referência da B3, por sua vez, terminou o dia em baixa de 0,46%.
O grande fator que motivou o caos das Bolsas mundiais foi o temor de uma recessão nos Estados Unidos. O medo foi despertado pelos dados do payroll (relatório oficial de empregos americano), divulgados em 2 de agosto, que mostraram a criação de 114 mil trabalhos em julho, abaixo do piso das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 135 mil a 225 mil vagas, com mediana de 180 mil.
Dados posteriores, no entanto, aliviaram as preocupações em torno de uma recessão no país, demonstrando que a economia americana segue aquecida. Após o susto passar, as atenções dos investidores se voltaram para as expectativas em relação ao início do ciclo de cortes de juros pelo Fed.
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A figura de destaque nessa história foi o presidente da instituição, Jerome Powell. Em seu discurso no Simpósio de Jackson Hole, evento que reúne os principais banqueiros centrais do mundo, ele afirmou que “chegou a hora” de ajustar a política monetária no país, após reconhecer os progressos na desinflação e as evidências de desaceleração no mercado de trabalho americano.
Na visão da Ágora Investimentos, o nível de juros elevado nos Estados Unidos foi, por muito tempo, determinante para a alocação de capital entre os investidores globais. A possibilidade de garantir retornos em dólares próximos aos 5,5%, com as taxas atuais, acabou retirando a liquidez dos demais mercados mundiais.
Agora o cenário deve mudar. “A redução dos juros americanos, já antecipada pelo mercado, serve como um gatilho para que os investidores busquem outras alternativas de alocação e, em nossa opinião, o Brasil acaba sendo uma possibilidade, considerando o nível de valuation descontado da nossa Bolsa, tanto em relação à média história, quanto comparativamente aos seus pares”, ressaltou a equipe da casa em relatório.
Os sinais do maior apetite a risco dos investidores globais já pode ser observado com a entrada de capital estrangeiro na B3. Segundo os dados mais recentes disponibilizados pela Bolsa brasileira, os gringos aportaram R$ 9,318 bilhões em ativos brasileiros, chegando ao segundo mês consecutivo de entrada líquida de recursos vindos lá de fora.
Além dos fatores externos, questões internas favoreceram o desempenho positivo do Ibovespa em agosto. A temporada de balanços corporativos do segundo trimestre de 2024 foi bem recebida pelo mercado, em meio ao impulso nos números operacionais das companhias. “Em nossa amostra de 93 resultados analisados, mais de 80% das empresas reportaram Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) em linha ou melhor que o esperado no segundo trimestre deste ano”, destaca a Ágora.
No final do mês, uma notícia contribuiu para dar um “gás extra” ao Ibovespa: a indicação de Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central, para substituir Roberto Campos Neto na presidência da instituição a partir de 2025. Na opinião de analistas do mercado, o nome, já esperado, tem mostrado alinhamento com os demais membros do Comitê de Política Monetária (Copom).
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Após o anúncio sobre a indicação de Galípolo, o Ibovespa renovou a sua máxima histórica de fechamento na quarta-feira (28). O principal índice da B3 terminou o dia em valorização de 0,42%, aos 137.343,96 pontos, quebrando o recorde observado na segunda-feira (26), então de 136.888,71 pontos.
As ações preferidas de corretoras e bancos para setembro
No topo das recomendações das casas para setembro, estão as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), que dividem o primeiro lugar do pódio de indicações, com seis menções cada uma entre as carteiras analisadas pelo E-Investidor. Em terceiro lugar, vêm os papéis do Banco do Brasil (BBAS3), com quatro citações.
A Vale recentemente anunciou Gustavo Pimenta, atual diretor financeiro, como próximo CEO da empresa. Ele substituirá o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, em 1º de janeiro de 2025. “Lembramos que a sucessão da Vale vinha dominando as manchetes nos últimos meses e, por isso, vemos esse anúncio como um evento de redução de risco para a mineradora. Destacamos que a incerteza relacionada ao próximo CEO era uma das principais preocupações entre os investidores, e o anúncio foi bem recebido pelo mercado”, afirma a equipe da Ágora em relatório.
Já a Petrobras (PETR4), que chegou a disparar 7,26% na última segunda-feira (26), após o Morgan Stanley elevar a recomendação da empresa para compra, segue se destacando nas recomendações de corretoras e bancos. “A empresa mantém uma forte capacidade de distribuir dividendos, o que sustenta uma perspectiva positiva, mesmo com desafios na execução de investimentos orgânicos. A percepção de risco já está precificada e a assimetria dos proventos favorece os acionistas”, reforça o time da Terra Investimentos.
Outra “queridinha” das casas para setembro, a ação do Banco do Brasil é indicada pela CM Capital, Genial Investimentos, PagBank e Santander. A instituição reportou um lucro líquido ajustado de R$ 9,502 bilhões, aumento de 8,2% na comparação com o mesmo período de 2023. Para agentes do mercado financeiro, os números foram positivos, conforme é possível conferir nesta reportagem.
Veja a seguir as carteiras completas de todos os bancos e corretoras consultados pelo E-Investidor para setembro:
Ágora
A Ágora realizou três alterações em sua carteira recomendada de ações para setembro. Entraram Eletrobras (ELET6), BTG Pactual (BPAC11) e Localiza (RENT3), enquanto Copel (CPLE6), Itaú (ITUB4) e Suzano (SUZB3) saíram.
Ações |
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Eletrobras (ELET6) |
Cyrela (CYRE3) |
EcoRodovias(ECOR3) |
BTG Pactual (BPAC11) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
Localiza (RENT3) |
JBS (JBSS3) |
Petrobras (PETR4) |
Sabesp (SPSP3) |
Vale (VALE3) |
Ativa
A Ativa realizou duas alterações em sua carteira de ações para setembro. Saíram Direcional (DIRR3) e PagSeguro (PAGS34), com entrada de Bradesco (BBDC4) e Vivara (VIVA3).
Ações |
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Bradesco (BBDC4) |
Mercado Livre (MELI34) |
Vibra (VBBR3) |
Vivara (VIVA3) |
Weg (WEGE3) |
BB Investimentos
O BB alterou sua carteira de ações recomendadas para setembro por completo. Saíram Itaú (ITUB4), Klabin (KLBN11), Prio (PRIO3), Sabesp (SBSP3) e Vibra (VBBR3), enquanto Bradesco (BBDC4), CSN Mineração (CMIN3), Petrobras (PETR4), Petz (PETZ3) e Vale (VALE3) foram acrescentadas.
Ações |
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Bradesco (BBDC4) |
CSN Mineração (CMIN3) |
Petrobras (PETR4) |
Petz (PETZ3) |
Vale (VALE3) |
CM Capital
A CM mudou sua carteira quase por completo. Entraram Caixa Seguridade (CXSE3), Banco do Brasil (BBAS3), Sanepar (SAPR11), Tupy (TUPY3), Ambev (ABEV3), Alupar (ALUP11) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), enquanto BB Seguridade (BBSE3), Hapvida (HAPV3), Hypera (HYPE3), JBS (JBSS3), Iochpe-Maxion (MYPK3), Copasa (CSMG3) e RaiaDrogasil (RADL3) saíram.
Ações |
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Caixa Seguridade (CXSE3) |
Banco do Brasil (BBAS3) |
Sanepar (SAPR11) |
Tupy (TUPY3) |
Ambev (ABEV3) |
Prio (PRIO3) |
Vale (VALE3) |
Alupar (ALUP11) |
Klabin (KLBN11) |
Metalurgica Gerdau (GOAU4) |
Empiricus
A Empiricus fez uma atualização na carteira para setembro. Retirou os papéis da Intelbras (INTB3) e acrescentou os da Eletrobras (ELET6).
Ações |
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Cosan (CSAN3) |
Equatorial (EQTL3) |
Itaú (ITUB4) |
Localiza (RENT3) |
Iguatemi (IGTI11) |
Eletrobras (ELET6) |
Direcional (DIRR3) |
StoneCo (STOC31) |
Prio (PRIO3) |
Grupo SBF (SBFG3) |
Genial
A Genial alterou quase toda a sua carteira para setembro. Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Eletrobras (ELET3), Hapvida (HAPV3), Klabin (KLBN11), Moura Dubeux (MDNE3), Sanepar (SAPR11), Vale (VALE3), Vamos (VAMO3) e Vibra (VBBR3). Com inclusão dos papéis do Banco do Brasil (BBAS3), BTG Pactual (BPAC11), BR Partners (BRBI11), Engie (EGIE3), Energisa (ENGI11), Kepler Weber (KEPL3), Sabesp (SBSP3) e Vulcabras (VULC3).
Ações |
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Banco do Brasil (BBAS3) |
BTG Pactual (BPAC11) |
BR Partners (BRBI11) |
Itaú (ITUB4) |
Engie (EGIE3) |
Energisa (ENGI11) |
Kepler Weber (KEPL3 |
Petrobras (PETR4) |
Sabesp (SBSP3) |
Vulcabras (VULC3) |
Guide
A Guide realizou duas mudanças, substituindo Weg (WEGE3) e Sabesp (SBSP3) por Marcopolo (POMO4) e Equatorial (EQTL3).
Ações |
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Vibra (VBBR3) |
BTG Pactual (BPAC11) |
Vivara (VIVA3) |
Klabin (KLBN11) |
Petrobras (PETR4) |
Rede D’Or (RDOR3) |
Marcopolo (POMO4) |
BRF (BRFS3) |
Vale (VALE3) |
Equatorial (EQTL3) |
PagBank
O PagBank fez três alterações em sua carteira recomendada de dividendos. Itaú (ITUB4), Copel (CPLE6) e JBS (JBSS3) foram substituídos por Banco do Brasil (BBAS3), Cemig (CMIG4) e Embraer (EMBR3).
Ações |
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Banco do Brasil (BBAS3) |
Cemig (CMIG4) |
Embraer (EMBR3) |
Marcopolo (POMO4) |
Petrobras (PETR4) |
Santander
O Santander não fez alterações em sua carteira de ações para setembro.
Ações |
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Cyrela (CYRE3) |
Multiplan (MULT3) |
Totvs (TOTS3) |
RD Saúde (RADL3) |
Itaú (ITUB4) |
Banco do Brasil (BBAS3) |
Sabesp (SBSP3) |
Petrobras (PETR3) |
Vale (VALE3) |
JBS (JBSS3) |
Terra Investimentos
Para agosto, a Terra fez duas modificações: a casa retirou as ações da Lojas Renner (LREN3) e Bradesco (BBDC4), acrescentando os papéis de Carrefour (CRFB3) e Engie (EGIE3).
Ações |
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Vale (VALE3) |
Localiza (RENT3) |
Petrobras (PETR4) |
Carrefour (CRFB3) |
Gerdau (GGBR4) |
Arezzo (ARZZ3) |
Cyrela (CYRE3) |
Cosan (CSAN3) |
Suzano (SUZB3) |
Engie (EGIE3) |
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