O dólar hoje fechou em leve queda, após oscilar durante o pregão, enquanto investidores acompanharam novos dados da economia americana. Nesta quarta-feira (4), a moeda terminou a sessão em baixa de 0,01% cotada a R$ 5,6397, após oscilar entre máxima a R$ 5,6620 e mínima a R$ 5,6165. Já o índice DXY, que mede a divisa estadunidense em relação a uma cesta de seis moedas fortes, encerrou em desvalorização de 0,47%, aos 101,350 pontos.
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No dia, investidores reagiram ao relatório Jolts de abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos, que veio mais fraco que o esperado, com o dado caindo para 7,673 milhões em julho. Analistas consultados pela FactSet previam abertura de 8,1 milhões de vagas no período.
Os resultados sinalizaram um arrefecimento do mercado de trabalho americano dias antes da divulgação do payroll, o principal relatório de empregos dos Estados Unidos. Essa perspectiva impulsionou novamente apostas por um relaxamento monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed) em 2024, ampliando a chance de uma redução inicial de 50 pontos-base em setembro.
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“Essa diminuição mostrada pelo Jolts, somada aos recentes números de inflação e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), reforça a percepção de que a economia dos Estados Unidos está entrando em um ritmo mais moderado. Com isso, o cenário de um possível corte de juros pelo Fed em setembro ganha força, visando apoiar a economia e ajustar a política monetária às condições atuais”, afirma Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
Outro destaque do noticiário foi a divulgação do Livro Bege, uma espécie de sumário das condições econômicas do país. O documento mostrou que a inflação continuou avançando a ritmo moderado na maioria das regiões dos Estados Unidos, enquanto empresas estão mais seletivas com expandir vagas de trabalho, diante de incertezas ampliadas com a economia americana.
Para Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital, a queda do dólar ocorreu nesta quarta-feira diante da perspectiva de baixa de juros americanos. “Esse movimento do Fed trará fluxo cambial para o Brasil, reduzindo a escassez da moeda estrangeira”, explica.
Dados de produção no Brasil
No cenário doméstico, os investidores repercutiram os dados da produção industrial brasileira divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4). Os números apontam que o indicador recuou 1,4% em julho, devolvendo parte do crescimento de 4,3% (revisado para cima) registrado em junho. O resultado veio abaixo do esperado, já que o consenso de analistas da London Stock Exchange Group (LSEG) previa uma queda de 0,9% na comparação mensal.
Apesar dessa queda, na comparação com julho de 2023, a produção industrial apresentou um crescimento de 6,1%. No acumulado do ano, a alta é de 3,2%, e em 12 meses, o crescimento chega a 2,2%.
Com esses resultados, a indústria está agora 1,4% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 15,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em maio de 2011.
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