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Agência de risco rebaixa Azul (AZUL4) e reforça preocupação com dívidas; veja o que fazer com as ações

Rebaixamento das classificações da aérea reflete os resultados mais fracos que a empresa apresentou durante 2024 e a consequente queima de caixa

Agência de risco rebaixa Azul (AZUL4) e reforça preocupação com dívidas; veja o que fazer com as ações
Disparada do dólar no 2º trimestre fez as dívidas da Azul aumentarem R$ 3,7 bilhões só entre abril e junho de 2024. (Foto: miglagoa em Adobe Stock)
  • A Moody's Ratings rebaixou hoje o rating corporativo da Azul (AZUL4) para ‘CAA2’ de ‘CAA1’
  • A agência de classificação de risco também rebaixou para CAA3, de CAA2, os ratings da dívida sênior sem garantia da Azul Investments LLP
  • Para a Moody’s, o risco de liquidez da Azul aumentou e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para suprir suas necessidades de liquidez

A Moody’s Ratings rebaixou hoje o rating corporativo da Azul (AZUL4) para ‘CAA2’ de ‘CAA1’. Ao mesmo tempo, rebaixou para CAA1, de B3, a classificação da dívida sênior garantida, e para CAA2, de CAA1, o rating das dívidas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP (Delaware).

A agência de classificação de risco também rebaixou para CAA3, de CAA2, os ratings da dívida sênior sem garantia da Azul Investments LLP. Além disso, a perspectiva foi alterada de positiva para negativa.

Conforme a Moody’s, o rebaixamento das classificações da Azul reflete os resultados mais fracos que a empresa apresentou durante 2024 e a consequente queima de caixa, que aumentou os riscos de liquidez. A Azul gerou R$ 1,2 bilhão em Ebit durante o primeiro semestre deste ano, mas as altas necessidades de capital de giro, o peso da dívida e as despesas de capital levaram a uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão no mesmo período.

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Ainda, segundo a agência, a posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023, e a empresa tem R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo.

Consequentemente, para a Moody’s, o risco de liquidez da Azul aumentou e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para suprir suas necessidades de liquidez.

“A classificação corporativa CAA2 da Azul reflete a exposição da empresa à volatilidade do setor aéreo e aos crescentes riscos macroeconômicos, combinados com suas métricas de crédito ainda fracas. A Azul possui balanço altamente alavancado e fraca cobertura de juros, o que limita a geração de fluxo de caixa livre (FCF) da empresa”, concluiu a Moody’s em nota.

XP: expectativa de menor receita operacional; confira recomendação

A XP Investimentos estipulou estabeleceu um preço-alvo de R$ 6,60 para as ações da Azul em 2025, considerando o cenário incerto de diluição e o alto nível de alavancagem. O novo preço representa um potencial de valorização de 18% sobre o fechamento de ontem de R$ 5,26. A casa manteve sua recomendação como neutra para a empresa.

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A revisão reflete uma expectativa de menor receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (Rask) após o segundo trimestre, juntamente com uma previsão de queda de tarifa de 7% a 9% entre 2024 e 2026 em comparação à estimativa anterior da XP. Apesar disso, a XP antecipa um Ebitda positivo, impulsionado por uma redução mais significativa no custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK), com a alavancagem prevista para se manter entre 4,9 vezes e 4,4 vezes durante o período de 2024 a 2026, conforme o guidance de 2024 (projeções de desempenho operacional) da companhia.

Em relatório, os analistas Pedro Bruno e Matheus Sant’anna avaliam que o desafio da Azul com a gestão de passivos pode levar a uma diluição de capital de até 64%. A XP aponta que Azul enfrenta um desafio após um acordo extrajudicial com arrendadores/fornecedores, escolhendo um instrumento conversível em ações que, embora aumente a liquidez, apresenta um risco de diluição de capital. A redução no preço das ações, afetada por fatores como câmbio e combustível, agravou a situação, indicando uma possível diluição de 56% para os acionistas.

A instabilidade foi intensificada por conversas de renegociação, com rumores sobre um aumento de capital ou um potencial pedido de falência, levando a uma diminuição significativa no preço das ações. A XP aponta que uma recuperação de 40% foi observada recentemente após especulações de um novo acordo que poderia reduzir a diluição para aproximadamente 20%, significando uma redução considerável na dívida da Azul.

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