- Neste fim de semana, escolhemos o gestor de São Paulo para os próximos quatro anos e, independentemente do vencedor, o meu desejo é que o candidato eleito foque na prevenção dos problemas que enfrentamos hoje na cidade
- Existem três eixos principais que hoje estão em crise em São Paulo (e muitas outras cidades brasileiras) e considero fundamentais – tanto quanto prioritários – para o município avançar: educação, saúde e segurança
- Apesar de não parecer óbvio a muitas pessoas, todos esses eixos têm relação com a educação financeira, ou a falta dela. Educar financeiramente as pessoas é fator preventivo para problemas de habitação, saúde e segurança
Neste fim de semana, escolhemos o gestor de São Paulo para os próximos quatro anos e, independentemente do vencedor, o meu desejo é que o candidato eleito foque na prevenção dos problemas que enfrentamos hoje na cidade, e não só na remediação. O desejo se estende ao seu prefeito também, caso você não seja paulistano.
- Leia mais: Ricardo Nunes ou Guilherme Boulos: que prefeito de SP pode impulsionar as ações das construtoras?
Existem três eixos principais que hoje estão em crise em São Paulo (e muitas outras cidades brasileiras) e considero fundamentais – tanto quanto prioritários – para o município avançar:
- Habitação, para que as pessoas tenham o mínimo de dignidade para viver;
- Saúde, para garantir o respeito às famílias, o direito à vida e a produtividade;
- E segurança, para que possamos caminhar com tranquilidade e aproveitar todo o potencial da cidade, impulsionando também a economia e fazendo a roda girar.
Apesar de não parecer óbvio a muitas pessoas, todos esses eixos têm relação com a educação financeira, ou a falta dela. Educar financeiramente as pessoas é fator preventivo para problemas de habitação, saúde e segurança, já que:
- Dá ferramentas para que as pessoas consigam comprar a casa própria;
- Proporciona melhores condições de saúde mental pela promoção da estabilidade e o acesso a serviços de saúde privados, desafogando o SUS;
- E ajuda a diminuir a desigualdade, o que em diversos países também colaborou para a redução da criminalidade.
Nos últimos anos, temos avançado no sentido de entender que educação não inclui apenas as disciplinas básicas das escolas, como português, matemática, geografia e história – claro, sem tirar o mérito dessas áreas de conhecimento. Mas também é importante a educação sobre a vida prática.
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Vivemos em um País onde as pessoas são submetidas a leis que não conhecem. Precisam comprar uma casa para morar, sem jamais terem sido ensinadas como fazer isso. Devem ser independentes, mas muitas vezes não conhecem os meios para isso.
Prefeitura pode proporcionar programas de incentivo à educação financeira
Quando um prefeito investe em educação financeira, jurídica e emocional, ele investe de forma segura no longo prazo, mirando em uma transformação mais profunda na cidade.
Ele investe na real transformação na vida das pessoas, para que elas tenham condições de caminhar com as próprias pernas. Resgata a autoestima dos cidadãos e, de quebra, diminui os custos para o município.
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Assim como não queremos que as pessoas fiquem meses ou às vezes anos na fila para um atendimento em saúde, também não queremos que passem meses ou anos para resolver pendências financeiras ou terem acesso ao básico para uma vida digna, como a casa própria.
Com mais pessoas economicamente independentes, com acesso à saúde e educação privadas, por exemplo, a prefeitura consegue focar em quem mais precisa: aqueles que vivem nos locais mais carentes e nas famílias mais vulneráveis.
Uma pessoa preocupada com questões financeiras tem dificuldade em manter a família unida – estudos mostram que discussões financeiras estão entre os principais motivos para divórcio. Também vê queda na produtividade, já que o estresse afeta o dia a dia e a disposição, aumentando as chances de desenvolver quadros de depressão.
Precisamos de condições seguras e palpáveis para que as pessoas possam ter acesso à vida digna e, mais que isso, possam realizar seus sonhos.
A prefeitura pode proporcionar isso com programas de incentivo à educação financeira. E aceitar e facilitar a colaboração de empresas privadas e organizações sociais intensifica essa mudança.
Quanto mais gente na pobreza – ou até mesmo fora da pobreza, mas sem autonomia financeira -, mais gente dependendo dos serviços públicos, mais custos para o Estado e menos gente brilhando no mercado de trabalho, propondo mudanças efetivas para negócios e para o mundo.
Ninguém sai perdendo quando o investimento é seguro e focado no longo prazo.
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Por fim, deixo aqui uma frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, da qual gosto muito. “A mudança não virá se esperarmos por outras pessoas ou outros tempos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Nós somos a mudança que procuramos.”