O Comitê de Política Monetária (Copom) enfatizou que os preços de ativos domésticos apresentaram volatilidade no período e elevação do prêmio de risco, refletindo as diversas incertezas no cenário doméstico e internacional. Além disso, na ata da Copom, fez alertas sobre o comportamento da taxa de juros neutra.
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As análises foram feitas durante reunião da semana passada, que elevou a Selic para 11,25% ao ano, e expressas na ata divulgada nesta terça-feira (12). “Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”, enfatizou o colegiado no parágrafo 9 do documento.
De acordo com o relatório do Banco Central (BC), o grupo reforçou que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica.
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Além disso, no parágrafo 12, o comitê voltou a enfatizar que a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
Isso, de acordo com o grupo, tem “impactos deletérios” sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade.
Ata do Copom avalia economias dos EUA e da China
Após detalhar suas análises sobre as duas maiores potências econômicas do mundo – Estados Unidos e China –, o Copom deu ênfase, ainda no cenário internacional, ao papel das políticas fiscais. De acordo com a ata da reunião da semana passada, medidas nessa área foram propulsoras da demanda após a pandemia.
O grupo ressaltou, porém, que o espaço de atuação da política fiscal tem se tornado mais limitado com o aumento da dívida pública e das preocupações com a sustentabilidade fiscal. “As discussões sobre contenção de gastos e sustentabilidade da dívida têm sido recorrentes em diversos países”, enfatizaram os membros do colegiado no documento.
Eles ressaltaram também que as políticas monetárias, por outro lado, em um ambiente tão incerto, mantêm-se reativas e dependentes dos dados na maior parte dos países, também trazendo inerente volatilidade aos mercados. O comitê reforçou ainda, na ata do Copom, que o compromisso dos bancos centrais com o atingimento das metas é um ingrediente fundamental no processo desinflacionário, corroborado pelas recentes indicações de ciclos cautelosos de política monetária em vários países.