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Black Friday: escalada da inflação aumenta procura por descontos em alimentos

A grande data do varejo deve movimentar R$ 9,3 bilhões, sobretudo em artigos de alimentação

Black Friday: escalada da inflação aumenta procura por descontos em alimentos
Ofertas da Black Friday no mercado financeiro incluem descontos em assinaturas, cashbacks, condições exclusivas de pagamento e outros serviços. (Foto: Adobe Stock)

Black Friday de 2024 é uma das datas mais importantes para o comércio, com o objetivo de liquidar aquilo que não foi vendido ao longo do ano em meio a promoções e descontos. Só que, ao contrário do que se pode imaginar, o grande foco dos clientes não está em eletrodomésticos, eletrônicos ou roupas, mas sim na alimentação.

A alta nos preços dos alimentos preocupa o consumidor nesta época do ano, principalmente pela inflação em alta, acima do teto da meta. Segundo dados da pesquisa de intenção de compra da TecBan, o interesse dos consumidores no grande dia de promoções está dividida dessa forma: 18,2% em alimentação, 18,1% em eletrônicos, 15,3% em artigos para casa, 7,4% em vestuário, 7,2% em higiene e beleza, 2,8% em bebidas e 2,5% em viagens.

Em relação aà pretensão de gastos, a pesquisa demonstra que o consumidor tem fôlego para compras altas na data do varejo. Mais de 21% admitem compras além de R$ 1.000, 45% despenderiam acima de R$ 500 e cerca de 63% acima de R$ 200 na data. Com isso, a Black Friday deve movimentar um faturamento de R$ 9,3 bilhões, um crescimento de 9,1% em relação a mesma data em 2023, segundo dados da TecBan.

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A pesquisa da TecBan foi realizada entre 19 de agosto e 6 de setembro e tomou como base 19 mil ATMs (“Máquinas de Caixa Automático”) do Banco24Horas espalhados pelos Estados do Brasil. A amostra coletada teve recorte de 126 mil pessoas que responderam que comprariam algo na Black Friday, que acontece em 29 de novembro.

Inflação às vésperas do mês da Black Friday

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de outubro subiu 0,56%, ante 0,44% em setembro. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 3,88% e, nos últimos 12 meses, avanço de 4,76%, mantendo-se acima do teto da meta de inflação, que é de 4,50%.

O dado de outubro foi ainda o mais elevado desde fevereiro deste ano, e configurou o maior avanço para o mês desde 2022.

O segundo maior peso no índice, atrás apenas da energia elétrica, foi o setor de alimentos e bebidas, com crescimento de 1,06% no mês. O grande vilão foi o preço das carnes, alta de 5,81%, com destaque para os seguintes cortes: acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).

Altas também foram observadas no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-17,97%), o mamão (-17,83%) e a cebola (-16,04%).

Como a inflação limita o poder de compra dos brasileiros

Um IPCA controlado e dentro da meta é visto como algo saudável para uma economia em equilíbrio, para que a alta de preços não pese no bolso da população. No entanto, com o aumento dos preços, é preciso que o Banco Central do Brasil (BC) tome medidas para controlar a inflação, como o aumento dos juros.

Os juros em um patamar elevado retiram parte do dinheiro da economia. Essa quantia passa a ficar em títulos públicos ou na própria poupança, que passam a render mais com os juros elevados. As compras parceladas e os empréstimos também podem ficar mais caros, a depender de como estiver a Selic.

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Todos esses pontos ajudam a desacelerar a economia para reduzir a inflação, e consequentemente diminuir o preço dos alimentos em meio ao período da Black Friday.