O que este conteúdo fez por você?
- Novembro foi um mês turbulento nos mercados, com eleições nos EUA, decisões de juros e apresentação do pacote fiscal brasileiro
- Para dezembro, a Ágora Investimentos acredita que, do ponto de vista técnico, a sazonalidade histórica no fim de ano costuma ser favorável aos preços das ações
- Entre as recomendações de bancos e corretoras consultados pelo E-Investidor para este mês, três ações se destacam
O Ibovespa registrou uma queda de 3,12% no último mês, o pior resultado para o período desde 2017, quando a primeira eleição de Donald Trump nos Estados Unidos gerou incerteza nas bolsas globais. Em novembro de 2024, a vitória do republicano movimentou novamente os mercados, assim como decisões de política monetária e a apresentação do pacote fiscal do governo brasileiro.
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O resultado das eleições norte-americanas em novembro foi um dos eventos mais decisivos para os preços dos ativos mundiais. A reação inicial foi clara: fortalecimento do dólar globalmente, avanço nos rendimentos dos Treasuries (títulos públicos americanos) e um ambiente favorável para as Bolsas americanas. A agenda econômica do republicano está pautada em propostas econômicas mais protecionistas, com um possível aumento das tarifas sobre produtos importados de outros países.
“Embora não tenhamos todas as respostas sobre como a maior economia mundial será conduzida nos próximos quatro anos, as indicações para a composição do governo sugerem um esforço para promover eficiência, produtividade e um ambiente fiscal menos desequilibrado. Essas hipóteses serão testadas ao longo do tempo”, diz a Ágora Investimentos, em relatório.
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Na mesma semana em que os americanos conheceram o resultado das eleições presidenciais, decisões de política monetária também foram acompanhadas pelos investidores. O Federal Reserve (Fed) optou por reduzir as taxas de juros americanas em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,5% e 4,75% – o segundo ajuste para baixo realizado em 2024. A decisão não trouxe surpresas ao mercado, que já apostava em uma redução dessa magnitude.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a Selic, taxa básica de juros brasileira, em 0,5 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. Essa foi a segunda elevação feita no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e não deve ser a última. A leitura de novembro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,62%, acima do previsto, o que sugere a possibilidade de uma aceleração no ritmo do aperto monetário. “O nosso time de economia acredita que o próximo movimento do Copom deve ser elevar a Selic em 0,75 ponto percentual”, indica a Ágora.
Na última semana de novembro, um outro fato teve grande influência para a Bolsa local: o governo brasileiro apresentou o tão aguardado pacote fiscal. Junto às medidas para contenção de despesas, foi anunciada ainda a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Os investidores, no entanto, mostraram decepção com o pacote. Além de considerarem as medidas incertas, a sensação dos analistas é de que as ações do governo são insuficientes para produzir um resultado primário adequado à meta estabelecida em lei, conforme mostramos nesta matéria.
Apesar do cenário complicado em novembro, a Ágora acredita que, do ponto de vista técnico, a sazonalidade histórica no fim de ano costuma ser favorável aos preços das ações. “A fraca performance da indústria de fundos e o fato de muitos estarem sublocados em renda variável podem levar a um aumento da exposição em Bolsa, considerando o valuation atraente de algumas ações e os bons resultados do terceiro trimestre”, destaca a corretora.
As ações para manter na carteira em dezembro
Três ações se destacam entre as recomendações de bancos e corretoras consultados pelo E-Investidor para dezembro. No topo das preferências, estão os papéis da Petrobras (PETR4), com cinco menções. Logo em seguida, vêm a JBS (JBSS3) e o Itaú (ITUB4), com quatro citações cada um.
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Também presente nas indicações para novembro, a Petrobras segue na carteira da Ágora. Na visão da corretora, a empresa mantém o bom potencial para a distribuição de dividendos. “Em novembro, a companhia divulgou seu Plano Estratégico atualizado para o período de 2025 a 2029, que ficou dentro das nossas estimativas. Junto ao plano, a Petrobras aumentou sua meta de dívida bruta para US$ 75 bilhões e reduziu seu nível mínimo de caixa para US$ 6 bilhões, abrindo espaço para o pagamento elevado de dividendos”, destacou a casa.
A corretora mantém ainda uma visão positiva para a JBS, que conseguiu acumular ganhos acima de 5% em novembro, apoiada na valorização do dólar, que tende a beneficiar empresas que têm receita dolarizada. Mesmo incorporando resultados avícolas mais fracos à frente, a Ágora enxerga as ações sendo negociadas, para 2025, a 5 vezes o múltiplo EV/EBITDA – indicador que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa). Esse é um desconto injustificado em relação à sua média histórica e abaixo dos concorrentes do setor de proteínas, na visão da casa.
Outra indicação para dezembro é o Itaú. Na visão da Terra Investimentos, o banco se destaca por seus resultados financeiros robustos e um crescimento consistente no lucro líquido, refletindo uma gestão eficiente e uma forte capacidade de geração de receitas. No terceiro trimestre de 2024, a empresa reportou lucro líquido gerencial de R$ 10,675 bilhões, um resultado 18,1% superior ao observado em igual intervalo de 2023. Para analistas consultados nesta reportagem, o balanço foi “impressionante, sólido e muito positivo”.
Ágora Investimentos
A Ágora optou por realizar uma alteração em sua carteira recomendada de ações para dezembro. A corretora retirou os papéis da Eneva (ENEV3) e incluiu os da Eletrobras (ELET6).
Ações |
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Eletrobras (ELET6) |
Cyrela (CYRE3) |
EcoRodovias(ECOR3) |
BTG Pactual (BPAC11) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
Localiza (RENT3) |
JBS (JBSS3) |
Petrobras (PETR4) |
Sabesp (SPSP3) |
Vale (VALE3) |
Ativa Investimentos
A carteira recomendada da Ativa traz cinco ações, que incluem Itaú (ITUB4) e Petrobras (PETR4), as mais citadas por corretoras para dezembro.
Ações |
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BR Partners (BRBI11) |
Itaú (ITUB4) |
Petrobras (PETR4) |
BRF (BRFS3) |
Sabesp (SBSP3) |
BB Investimentos
O BB modificou quase toda a sua carteira recomendada de ações para novembro. O banco retirou as ações da Totvs (TOTS3), BRF (BRFS3), Minerva (BEEF3) e Rumo (RAIL3), para incluir os papéis da CPFL (CPFE3), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Klabin (KLBN11) e Petrobras (PETR4).
Ações |
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CPFL (CPFE3) |
Metalúrgica Gerdau (GOAU4) |
Klabin (KLBN11) |
Marfrig (MRFG3) |
Petrobras (PETR4) |
Empiricus
Para dezembro, a Empiricus fez uma troca em sua carteira recomendada de ações, retirando os papéis do Grupo SBF (SBFG3) e incluindo os ativos da BR Partners (BRBI11).
Ações |
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Cosan (CSAN3) |
Equatorial (EQTL3) |
Itaú (ITUB4) |
Localiza (RENT3) |
Iguatemi (IGTI11) |
Eletrobras (ELET6) |
Direcional (DIRR3) |
Porto Seguro (PSSA3) |
Prio (PRIO3) |
BR Partners (BRBI11) |
Genial Investimentos
Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Direcional (DIRR3), Engie (EGIE3), Energisa (ENGI11), Itaú (ITUB4), Irani (RANI3) e Tenda (TEND3), com entrada dos papéis da CPFL (CPFE3), Petrobras (PETR4), Sanepar (SAPR11), SLC Agrícola (SLCE3), Unipar (UNIP6) e Weg (WEGE3).
Ações |
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CPFL (CPFE3) |
Petrobras (PETR4) |
Taesa (TAEE11) |
Sanepar (SAPR11) |
SLC Agrícola (SLCE3) |
Unipar (UNIP6) |
Weg (WEGE3) |
JBS (JBSS3) |
Sabesp (SBSP3) |
Três Tentos (TTEN3) |
PagBank
O PagBank realizou apenas uma troca em sua carteira para dezembro, retirando as ações da Marcopolo (POMO4) para incluir as da Embraer (EMBR3).
Ações |
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Itaú (ITUB4) |
Cemig (CMIG4) |
JBS (JBSS3) |
Embraer (EMBR3) |
Petrobras (PETR4) |
Terra Investimentos
A Terra fez duas mudanças em sua carteira de ações recomendada para dezembro. A corretora retirou as ações do Carrefour (CRFB3) e Petrobras (PETR4), incluindo, no lugar, os papéis da Prio (PRIO3) e JBS (JBBS3).
Ações |
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Vale (VALE3) |
Localiza (RENT3) |
Prio (PRIO3) |
JBS (JBSS3) |
Gerdau (GGBR4) |
Arezzo (ARZZ3) |
Cyrela (CYRE3) |
Cosan (CSAN3) |
Itaú (ITUB4) |
RD Saúde (RADL3) |