

O Ibovespa hoje abriu praticamente em estabilidade, com leve alta de 0,01%, aos 127.220 pontos nesta terça-feira (10). As atenções do mercado estão no quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em dados de inflação do País – confira aqui a agenda completa do dia.
Enquanto no mercado internacional a cautela prevalece, com as atenções voltadas à política monetária americana, por aqui o Índice Bovespa hoje se permite a uma leve melhora de humor. A razão para isso é a expectativa de destravamento da tramitação do pacote de medidas de contenção de despesas públicas.
“Segue um impasse em relação ao pacote de corte gastos e os rumores de que alguns partidos não devem aprovar alguns pontos”, ressalta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Fica no radar também o início das discussões de juros no Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (10), que deve sinalizar o resultado na quarta-feira (11). As apostas do mercado mostram uma alta de até 100 pontos-base da Selic, indo para 12,25% ao ano.
O que movimenta o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
O sinal negativo prevalece nas bolsas em dia de agenda fraca, com mercados em compasso de espera pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano na quarta-feira (11). A Pantheon Macroeconomics espera um avanço de 0,3% no confronto mensal do núcleo do CPI, que deve ser insuficiente para impedir o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de cortar juros na semana que vem.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) avançam e o dólar sobe ante rivais e maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities.
Na China, os juros dos títulos da dívida operam em forte baixa e o yuan estende os ganhos da véspera, um dia após o principal órgão político do país asiático prometer adotar uma política fiscal “mais proativa” e uma postura monetária “moderadamente frouxa”.
Na Coreia do Sul, o governo anunciou na segunda-feira (9) um pacote de medidas para apoiar a liquidez dos mercados, em meio à crise política.
Dólar
O dólar fechou em alta e renovou o seu recorde histórico de encerramento pela segunda sessão seguida na segunda-feira (9). A moeda americana encerrou em valorização de 0,20% cotada a R$ 6,0829, oscilando entre máxima a R$ 6,0898 e mínima a R$ 6,0376 durante o pregão.
Publicidade
No exterior, a divisa dos EUA também teve um desempenho positivo. O índice DYX, termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes (euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), exibia ganhos de 0,11% ao final da tarde da segunda-feira, aos 106,171 pontos.
- Leia mais: como está o dólar hoje?
Presidente Lula
O presidente Lula foi internado às pressas na madrugada desta terça-feira após sentir dores de cabeça, segundo informou um boletim divulgado pelo Hospital Albert Einstein. “A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10”, diz o boletim.
Transferido para o Hospital Sírio-Líbanês, Lula passou por cirurgia que ocorreu sem intercorrências e está em boas condições de saúde sob supervisão médica na UTI.
O Hospital sírio-libanês realizou coletiva para dar novas informações esta manhã e disse que o presidente está estável e deve ficar em observação nas próximas 48 horas.
Inflação e juros
Os investidores do principal índice da B3 hoje também acompanham os dados de inflação do País em novembro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outubro, a inflação estourou o teto da meta (4,76%), chamando atenção para a condução da política monetária no País.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta manhã, o IPCA avançou 0,39% em novembro, ante uma elevação de 0,56% em outubro. O resultado ficou acima da mediana, de 0,36%, das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.
Publicidade
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 4,29%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,87%, resultado acima da mediana das projeções (4,70% a 4,92%, com mediana de 4,84%).
A interpretação inicial dos profissionais do mercado é de que o dado reforça a estimativa de que o Comitê de Política Monetária terá de acelerar o ritmo de aumentos da taxa Selic para pelo menos 0,75 ponto porcentual, em decisão que ocorrerá na quarta-feira (11).
Commodities
As commodities operam em direções contrárias nesta manhã, ignorando o otimismo da véspera. O minério de ferro fechou em alta de 1,87% em Dalian, na China, enquanto o petróleo cede em torno de 0,20%.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,40% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10h05 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 1,00%.
- Confira aqui a agenda econômica completa das empresas nesta terça-feira
Pacote fiscal e mercado brasileiro
Os mercados domésticos acompanham nesta terça-feira o desenrolar da tramitação do pacote de cortes de gastos, que correu o risco de emperrar após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitar o pedido do governo para rever decisão sobre as emendas parlamentares.
Após reunião com o presidente Lula na segunda-feira (9) à noite, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a líderes de que pode destravar a tramitação do pacote, mas que aguarda a confirmação de que o Executivo resolverá, de fato, a insatisfação do Parlamento em relação à execução das emendas.
Publicidade
O EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) do Brasil em Nova York, caía no pré-mercado no início da manhã, sinalizando que o Ibovespa hoje pode ser de fôlego contido diante dos sinais opostos das commodities e dos índices futuros em NY.
*Com informações do Broadcast