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Ibovespa hoje fecha em forte queda, no menor nível desde junho, com decisão do Fed e dólar a R$ 6,26

É a pior queda em mais de dois anos. Na Bolsa brasileira, as ações da CVC (CVCB3) tombaram mais de 17% e lideraram as perdas

Ibovespa hoje fecha em forte queda, no menor nível desde junho, com decisão do Fed e dólar a R$ 6,26
O Ibovespa é o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O Ibovespa hoje fechou em queda de 3,15% aos 120.771,88 pontos, o menor nível de encerramento desde 20 de junho, então aos 120.445,91 pontos. As atenções do mercado estiveram voltadas para os desdobramentos do pacote fiscal na Câmara dos Deputados e para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) – veja aqui os principais assuntos da dia. É também a pior queda da Bolsa desde 10 de novembro de 2022.

O Fed decidiu cortar a taxa de juros americana em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano, conforme comunicado divulgado há pouco. O presidente do BC americano, Jerome Powell, reafirmou o compromisso da autoridade em reduzir a inflação dos Estados Unidos para a meta de 2% ao ano.

De acordo com ele, a economia está “forte” e fez progressos significativos em direção às metas do Fed. Nos últimos dois anos, o mercado de trabalho esfriou, mas continua “sólido” e a inflação se aproximou mais da meta de longo prazo de 2% ao ano.

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Os juros futuros avançaram em meio ao andamento da agenda fiscal no Congresso e aos anúncios de leilões de compra e venda de Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa) do Tesouro.

No mercado de câmbio doméstico, o dólar fechou em alta de 2,78%, a R$ 6,2657, e renovou o seu recorde de enceramento. O impasse em relação às medidas do pacote fiscal na Câmara continuou pesando no câmbio. A tensão piorou depois que o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que orienta o Orçamento de 2025, e rejeitou a possibilidade de corte de emendas parlamentares. Isso aumenta o reajuste do fundo partidário e autoriza gastos de estatais fora do arcabouço fiscal. As medidas contrariam a intenção do Executivo de reduzir os gastos públicos.

Na Bolsa brasileira, as ações da CVC (CVCB3) tombaram 17,11% e lideraram as perdas da sessão. Quem também sofreu foram os ativos da Azul (AZUL4), que recuaram 11,58%. Ambas as companhias foram pressionadas pela forte valorização do dólar.

Já na ponta positiva do principal índice da B3 hoje, as ações da Marfrig (MRFG3) lideraram ganhos e registraram alta de 1,81%. O Santander revisou suas estimativas para a empresa e ajustou sua previsão de Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para 2024, agora projetado em R$ 2,4 bilhões, ante os R$ 2,2 bilhões previamente estimados.

Confira os destaques do Ibovespa hoje

Bolsas internacionais

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta, em sessão que contou com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro e do Reino Unido. Nos dois casos, as leituras favoreceram uma percepção de que os respectivos bancos centrais deverão adotar uma postura mais branda daqui em diante para lidar com a inflação.

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Na Ásia, as bolsas encerraram majoritariamente em alta , à medida que investidores esperam mais um corte de 25 pontos-base nos juros do Fed. Em destaque, a ação da Nissan saltou quase 24% no Japão, após relatos sobre potencial fusão com a Honda.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,83%, a 19.864,55 pontos. Na China continental, o Xangai Composto avançou 0,62%, a 3.382,21 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto ganhou 0,58%, a 2.025,53 pontos.

Decisão do Fed

O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) cortou os juros americanos em 25 pontos-base, em seu terceiro movimento do ciclo de flexibilização pós covid-19, para o intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano – 1 pp abaixo do nível de setembro, quando deu início à redução.

A grande questão no mercado é o que virá depois, com dirigentes da autoridade indicando que uma nova mudança pode estar a caminho, com uma pausa nos cortes em janeiro, diante da resistência dos preços nos Estados Unidos e a chegada de Donald Trump à Casa Branca.

Pacote fiscal

A aprovação da primeira parte do pacote fiscal na última terça-feira (17) na Câmara dos Deputados pode ser insuficiente para animar o Índice Bovespa hoje nesta quarta-feira. Apesar do avanço da pauta, os investidores aguardam novas votações na Casa hoje, como os destaques de Projeto de Lei Complementar (PLP) do pacote de cortes de gastos e do PL e a PEC do plano fiscal.

Na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, a aprovação com larga margem (318 votos favoráveis) do PLP que traz novos gatilhos ao arcabouço e permite limitar emendas representa um bom sinal para as votações que faltam para hoje.

Leilões do Tesouro

O Tesouro Nacional anunciou que vai fazer leilões de compra e venda de títulos, a fim de oferecer liquidez a um mercado sob estresse, acrescenta o economista em relatório. Há pouco, foi divulgado o leilão de até 300 mil Notas do Tesouro Nacional da série F (NTN-F) em quatro vencimentos. Ainda serão realizados leilões amanhã e sexta. Foi anunciado também o leilão de recompra desses mesmos títulos.

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Ontem à noite, o Tesouro Nacional informou, por meio de nota, o cancelamento do seu tradicional leilão de títulos públicos, que estava previsto para quinta-feira (19).

Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.

*Com informações do Broadcast