

Os juros dos Treasuries subiram nesta quarta-feira (18), após o Federal Reserve (Fed, BC americano) cortar juros em 25 pontos-base, mas sinalizar pausa no ciclo de flexibilização monetária.
Em coletiva de imprensa, o presidente do BC americano, Jerome Powell, não descartou possibilidade de alta no próximo ano, a depender do desempenho da economia.
No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note (os Treasury Notes são títulos emitidos pelo Departamento do Tesouro dos EUA) de 2 anos subia a 4,335%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,490% e o do T-bond (títulos de dívida pública dos EUA) de 30 anos avançava a 4,644%.
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O mercado de Treasuries já antecipava e havia se posicionado para um corte de juros “hawkish” pelo Fed, afirma o BMO. No entanto, o banco canadense nota que houve uma guinada mais cautelosa sobre riscos para o próximo ano, o que impulsionou particularmente a ponta curta dos rendimentos.
Já o ING avalia a reação do mercado como “provavelmente exagerada”. Durante a sessão, o rendimento de 10 anos chegou a tocar nível de 4,508%, maior nível desde maio deste ano.”Há pouca razão para esse colapso”, nota. Entretanto, o ING reconhece que o Fed indicou um ritmo muito mais lento e gradual de cortes de juros no futuro.
O banco holandês vê como “praticamente certa” uma pausa em janeiro pelo BC americano e pondera que decisão de março dependerá dos efeitos das políticas fiscais sugeridas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, incluindo as tarifas, cortes de impostos e planos de gastos públicos.
Para o gerente de portfólios de Renda Fixa na Wellington Management, Brij Khurana, os riscos de aumento da dívida fiscal dos EUA parecem já precificados pelos investidores. Khurana aponta que mercados futuros estão precificando os rendimentos da T-note de 10 anos acima de 5% daqui a dez anos, ao mesmo tempo em que esperam a taxa terminal dos juros do Fed próxima de 3%.
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“Esse prêmio de prazo substancial mostra que os mercados já preveem uma preocupação sobre tensão fiscal nos EUA”, disse o analista ao Wall Street Journal ainda sobre os juros dos Treasuries.