O Tesouro Direto encerrou as negociações desta segunda-feira (23) dentro da normalidade, após uma semana conturbada com direito a cinco sessões de “circuit breakers” consecutivos. Ainda assim, os títulos públicos fecharam o dia com prêmios em patamares elevado devido à piora do risco fiscal do País.
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O tesouro prefixado 2027, por exemplo, ficou com uma taxa anual de 15,41%. O nível de retorno ainda é considerado um patamar elevado para os investidores, mas inferior à máxima de 16% alcançada na quinta-feira (19) passada. Já os títulos indexados ao IPCA+, com vencimento para 2029, encerraram com um prêmio anual de 7,71% mais a variação da inflação. No entanto, assim como os prefixados, esses papéis já alcançaram a uma taxa de 8,25% ao ano.
A disparada na rentabilidade dos títulos refletiu o estresse do mercado brasileiro em torno da piora do cenário fiscal do País. Como mostramos nesta reportagem, o dólar fechou a R$ 6,26 – o maior valor de fechamento da história. A apreciação do câmbio puxou junto a curva de juros brasileira devido à piora das condições macroeconômicas, com o aumento da percepção do mercado de que a trajetória da dívida pública pode se tornar insustentável nos próximos anos.
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A projeção estimula os investidores a exigir um prêmio mais elevado para financiar a dívida pública. Esse comportamento explica a valorização expressiva das taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto.