O TikTok ultrapassou o conceito de rede social e pode se tornar o mais novo concorrente de e-commerce no Brasil, na avaliação do Santander. Em relatório temático inédito, os analistas afirmaram que a plataforma virou um “fenômeno cultural” e as varejistas brasileiras não podem mais ignorar essa poderosa ferramenta de marketing.
Isso porque entre o 1,6 bilhão de usuários globalmente, o Brasil ocupa o terceiro maior mercado com 111 milhões de cadastros, atrás apenas de Indonésia e Estados Unidos. A plataforma ainda captura até quatro vezes mais engajamento que o Instagram, com usuários brasileiros dedicando 60 minutos diários de atenção à rede social, 33% a mais que o Instagram.
Além disso, cerca de 71% dos usuários do TikTok Shop convertem de descoberta para compra. “Acreditamos que a plataforma possa capturar cerca de 5 a 9% do e-commerce brasileiro dentro de três anos do lançamento do TikTok Shop, potencialmente gerando R$ 25 bi a R$ 39 bilhões em volume bruto de mercadorias [GMV, da sigla em inglês] até 2028”, comentam.
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A potencial proibição da plataforma nos Estados Unidos poderá acelerar o lançamento do TikTok Shop na América Latina. No México, o piloto da ferramenta será testado a partir do próximo mês e o Brasil pode ser o próximo. Para os analistas, a combinação exclusiva de entretenimento e comércio deve conquistar uma participação de mercado significativa, principalmente nos segmentos de beleza, moda e vestuário.
O banco separou algumas empresas brasileiras que já estariam mais preparadas para receber a plataforma. Entre elas, o destaque foi para Boticário, Burger King, Smart Fit e Natura, que já adotam estratégias nativas de plataforma que geram maior engajamento e menores custos de aquisição de clientes. As varejistas Renner, C&A, Mercado Livre e Magazine Luiza também apresentam maior capacidade de capturar os ganhos potenciais da TikTok Shop.
Já as empresas tradicionais ou as que têm dedicação limitada à plataforma enfrentam maior ameaça de ver sua marca diminuindo no mercado. Como exemplos, o Santander inclui Azzas, Guararapes, SBF e Vulcabras.
Para os investidores, o banco indica, por fim, ficar atento a anúncios estratégicos ao longo de 2025 e 2026, pois a sinergia entre plataformas pode criar novos fluxos de receita e permitir que as empresas varejistas preservem ou até expandam a participação de mercado em meio ao impulso de “shoppertainment” do TikTok.
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