A agenda econômica da semana segue ligada nas disputa tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto se preparam para a divulgação da leitura de janeiro do índice de preços ao consumidor (CPI) americano e comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. No Brasil, a maior expectativa é pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. Nesta segunda-feira (10), o mercado financeiro hoje acompanha o boletim Focus e balanços relativos ao quarto trimestre de 2024.
Ainda na agenda econômica hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da cerimônia de entrega do Prêmio Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, em Brasília. Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e a dirigente do Banco da Inglaterra (BoE), Catherine Mann, participam de eventos nesta segunda-feira.
O IPCA de janeiro será publicado na terça-feira (11); a receita do setor de serviços em dezembro, na quarta-feira (12); e as vendas no varejo no País, na quinta-feira (13). Entre os balanços, a Tim (TIMS3) publica nesta segunda-feira, após o fechamento; a Suzano (SUZB3) divulga na quarta-feira (12); a Caixa Seguridade (CXSE3), na quinta-feira (13); ePorto (PSSA3) e Usiminas (USIM5), na sexta-feira (14).
Nos EUA, além de possíveis novos anúncios de tarifas, os investidores aguardam audiências com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na terça-feira (11), no Senado e, na quarta-feira (12), na Câmara dos Representantes.
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Ainda no radar estão os dados de janeiro do CPI americano, na quarta-feira (12); do Índice de Preços ao Produtor (PPI), na quinta-feira (13); das vendas no varejo e produção industrial, na sexta-feira (14). A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulga relatório mensal sobre petróleo na quarta-feira e a Agência Internacional de Energia (AIE), na quinta-feira; além do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro do quarto trimestre de 2024, na sexta-feira.
Entre os balanços de empresas e bancos previstos na semana estão McDonald’s nesta segunda-feira, antes da abertura dos mercados em NY; Coca-Cola e BP, na terça-feira; Barclays e Commerzbank, na quinta-feira; NatWest, na sexta-feira.
Mercado financeiro hoje: os temas que movimentam a semana
Novas tarifas de Trump e impactos globais
Trump anunciou que aplicará tarifas de 25% sobre importações globais de aço e alumínio nesta segunda-feira e ameaçou impor tarifas recíprocas a parceiros comerciais dos EUA terça ou quarta-feira.
A China iniciou nesta segunda-feira também medidas retaliatórias sobre gás, carvão, petróleo e veículos em resposta às tarifas de 10% impostas por Trump, que ainda não negociou com o presidente chinês, Xi Jinping. O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou que a União Europeia está pronta para reagir rapidamente a tarifas sobre seus produtos.
O dólar sobe, enquanto os juros dos Treasuries (títulos da dívida americana) seguem em alta. Os futuros das bolsas de Nova York e as bolsas europeias hoje avançam à espera de balanços e de comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde. No entanto, a gigante siderúrgica ArcelorMittal caía 2,6% em Amsterdã.
Temporada de balanços: BTG, Tim e mais empresas
O BTG Pactual (BPAC11) encerrou o quarto trimestre de 2024 com lucro líquido e receitas recordes. O lucro líquido ajustado somou R$ 3,3 bilhões no período, representando um crescimento de 15% frente ao mesmo intervalo de 2023. Veja aqui o balanço na íntegra.
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Ainda nesta segunda-feira entre os balanços corporativos, é esperado o resultado financeiro da Tim, após o fechamento dos mercados. Confira aqui mais empresas que divulgam seus balanços.
O IPCA de janeiro e a influência sobre os juros
O boletim Focus do Banco Central (BC) trouxe, nesta segunda-feira (10), novas apostas para os principais indicadores da economia, como o IPCA e a taxa Selic, às vésperas da divulgação da inflação de janeiro – veja detalhes aqui.
A mediana do IPCA para 2025 cresceu de 5,51% para 5,58%, mantendo-se bem acima do teto da meta (4,50%). A expectativa para 2026 foi de 4,28% para 4,30%. Em 2027, segue em 3,90%. Já em 2028, passou de 3,74% para 3,78%.
Quanto às previsões para Selic do Boletim Focus, em 2025, a taxa básica de juros deve fica em 15%. Já em 2026, segue em 12,50%. Quanto a 2027, passou de 10,38% para 10,50%. Em 2028, segue em 10%.
Commodities avançam e refletem nos mercados
Os preços do petróleo sustentam ganhos, em torno de 1,38%, após sanções americanas à rede de transporte de petróleo iraniano para a China. Já o minério de ferro fechou em alta de 0,79%, cotado a 826,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 113,39 em Dalian, refletindo aumento da inflação ao consumidor na China em janeiro acima do esperado.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,42% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h10 (de Brasília). Enquanto isso, os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,66.
Expectativas para o mercado brasileiro diante do cenário global
Os ativos locais ficam sujeitos à volatilidade em meio às tarifas recíprocas para parceiros comerciais prometidas pelos EUA, que devem afetar o Brasil. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação), brasileiro negociado em Nova York sobe 1,23%, às 8h20, no pré-mercado.
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O maior fornecedor de aço para os EUA em 2024 foi o Canadá, seguido pelo Brasil, México e Coreia do Sul, de acordo com o American Iron and Steel Institute. Já segundo o Instituto Aço Brasil, em 2024 os EUA ficaram com 60% do volume de exportações de produtos siderúrgicos do Brasil. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial com o Brasil, com 14,95%, atrás somente da China, com 21,10%.
O mercado de câmbio pode ser impactado pela valorização do dólar lá fora bem como o mercado de juros fica sensível à correção positiva dos rendimentos médios e longos dos Treasuries. No entanto, commodities em alta também é positivo para o real e a Bolsa.
O mercado de juros fica ainda à espera do IPCA de janeiro, após a subida do IPCA-15 além das expectativas com pressões significativas e disseminadas nos núcleos e em serviços.
As questões fiscais do governo seguem no foco do mercado financeiro hoje, após a Casa Civil negar estudos do governo para aumento do benefício do Bolsa Família, que ajudou a estressar os mercados na sexta-feira (7).
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* Com informações do Broadcast