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Após uma ampla revisão sobre o impacto de temas sensíveis como o aumento de litígios no setor de saúde e a deterioração do cenário macro, o Itaú BBA reiterou recomendação outperform (equivalente a compra) para a Hapvida (HAPV3), com preço-alvo de R$ 4,8 para a ação da empresa, o que representa um potencial de valorização de 105% em relação ao fechamento do papel no pregão da última segunda-feira (10).
Em extenso relatório, os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amâncio destacam que nos níveis atuais, as ações da empresa são negociadas a múltiplos descontados. “Embora os ventos contrários macro e as incertezas regulatórias para 2025 justifiquem algum ceticismo, a empresa ainda apresenta um forte perfil de geração de caixa, com um rendimento de fluxo de caixa ao acionista (FCFE) de 10%, mesmo sob suposições conservadoras”, afirmam.
Eles calculam que as ações da Hapvida estão sendo negociadas atualmente com múltiplos de 8 vezes o Preço/Lucro (P/L) em 2025 e 6 vezes em 2026, reforçando o quão subvalorizadas elas estão. “Portanto, mantemos nossa recomendação outperform”, afirmam.
Litígios
Os profissionais destacam ainda que após o encontro Healthcare Day, realizado no último dia 5, ganharam uma noção mais forte das ações necessárias para abordar os desafios judiciais de uma maneira mais organizada.
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“Em contraste com as discussões anteriores, onde as respostas da Hapvida se concentraram em transferir novos custos de disputas legais para preços e colaborar com associações para advogar no Congresso e na Suprema Corte sobre os riscos impostos pelo aumento de litígios à viabilidade do sistema de saúde privado, a empresa agora parece ter uma estratégia mais eficaz para identificar e gerenciar riscos proativamente”, afirmam.
Segundo o banco, a Hapvida começou a analisar casos históricos de bloqueios judiciais, vinculando-os ao histórico de reclamações, interações de atendimento ao cliente e relatórios regulatórios. Isso permite um cálculo mais eficiente da probabilidade de um determinado perfil de beneficiário buscar uma liminar, se isso resultará em um bloqueio judicial e quão custoso seria comparado a um procedimento na rede que poderia ter sido realizado preventivamente.
Os analistas observam que à medida que a empresa começa a negociar proativamente com beneficiários que iniciaram ações cíveis contra a empresa, evitando assim a escalada para uma liminar ou bloqueio judicial, naturalmente haverá um impacto na sinistralidade de planos de saúde (MLR).
“Consequentemente, prevemos uma redução no número de ações judiciais que levam ao bloqueio judicial. Como resultado, estamos revisando nossa projeção de MLR de caixa de 68,1% para 68,5% em 2025, ao mesmo tempo em que reduzimos nossas projeções para depósitos judiciais de ações cíveis em 11% em 2025 no balanço patrimonial”, afirmam.
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Os profissionais ponderam que embora estejam menos preocupados com as disposições de ações civis, uma questão fundamental permanece: quando virá o crescimento da base de beneficiários. Eles lembram que embora os fundamentos do setor tenham sido fortes em 2024 – com baixas taxas de emprego e sólido poder de compra – a empresa não conseguiu mostrar um forte crescimento, enfrentando até mesmo perdas de participação de mercado em algumas regiões.
“Embora vejamos a Hapvida investindo para melhorar a percepção da marca em São Paulo (por exemplo, construindo novos hospitais, clínicas e investindo em equipe médica), adotamos uma abordagem mais conservadora em relação à perspectiva de crescimento da base de beneficiários, ajustando nossa estimativa para 2025 para 1,0% dos 1,5% anteriores”, pontuam.