

CDI a 13% ao ano é bom, mas há fundos que prometem mais de 18% – e em dólar. Para quem busca diversificação global e maiores retornos sem abrir mão da renda fixa, fundos de crédito internacional surgem como alternativa interessante. No entanto, é preciso cautela pois essas estratégias envolvem risco de crédito das empresas emissoras, variação cambial e liquidez.
“A melhor forma de navegar nesse mercado é por meio de um gestor especializado”, diz Rodrigo Aloi, chefe de pesquisa e estratégia da HMC Capital, plataforma global de investimentos e consultoria com foco em ativos alternativos, fundada no Chile em 2009.
No Brasil, a HMC Capital é acionista da gestora Gama Investimentos, cujo foco está em dar acesso ao investidor local a produtos internacionais por meio de feeder funds, fundos que centralizam a gestão e a estratégia dos clientes locais.
Vale a pena trocar o CDI por renda fixa global?
“A percepção geral do investidor é a de que os fundos locais de crédito têm retornos imbatíveis. Mas é possível ganhar do CDI e dos produtos de crédito do Brasil investindo lá fora”, defende Aloi.
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Destaque para o Oaktree Global Credit, fundo que investe em ativos de crédito de empresas globais de alto risco (high yield), acumulando alta de 12,4% e 18,3% nas versões com e sem hedge (proteção) cambial, respectivamente.
Segundo o executivo, essa performance é possível porque as taxas de juros nos EUA seguem em patamares historicamente altos. Além disso, defende Aloi, o mercado da Europa ainda continua oferecendo spreads (diferenças entre preços de compra e venda) razoáveis, mesmo com o ciclo de corte de juros iniciado pelo Banco Central Europeu (BCE) intensificando desde o ano passado.
Grau de investimento x alto risco
Em termos de segurança, com títulos públicos pagando quase 15% no prefixado no risco soberano, será que vale trocar pelo crédito privado de empresas estrangeiras de alto risco (high yield)? “Os títulos brasileiros são de risco soberano de um país que não possui grau de investimento; os títulos high yield são de empresas sem grau de investimento, mas de um país desenvolvido, com bom rating de crédito”, defende Aloi.
Ele pondera ainda que, apesar de ser difícil ver um calote num título público brasileiro, a volatilidade no preço de um papel como este é razoavelmente alta. “O investidor está praticamente imune ao risco de crédito, mas bastante exposto ao risco de mercado”, comenta o gestor, lembrando da marcação a mercado para o caso de necessidade de vender o título antes do vencimento.
As estratégias de crédito global da Gama/HMC estão acessíveis por meio de fundos locais, voltados majoritariamente para investidores qualificados, mas com opções para o público geral. Estão disponíveis nas principais plataformas de investimento e permitem aplicações a partir de R$ 500. Não é necessário abrir conta no exterior, mas alguns deles estão em plataformas internacionais, como a Avenue.
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