

O dólar hoje fechou a sessão desta terça-feira (11) com queda de 0,69% frente ao real, a R$ 5,8117. O alívio com o temor de recessão acontece depois de um início de semana conturbado, com a aversão a risco ditando os rumos dos mercados globais em meio aos temores pela guerra de tarifas de Donald Trump e uma desaceleração brusca na economia dos Estados Unidos.
Depois de uma alta forte da moeda americana na véspera, o pregão foi marcado pela desvalorização da divisa ante pares globais depois de uma melhora no sentimento de investidores globais. A queda do dólar acontece apesar dos atritos entre Trump e o Canadá. Ao longo desta terça-feira, o presidente dos EUA deu declarações de que aumentaria as tarifas sobre produtos canadenses de 25% para 50%; depois, voltou atrás e disse que pode recuar na decisão.
Lá fora, a alta do petróleo e do minério de ferro também ajudaram moedas emergentes ligadas a commodities.
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“Após uma trágica sessão nos Estados Unidos ontem, os índices futuros de Nova York indicam alguma pequena recuperação. É provável que esse ambiente influencie positivamente as negociações domésticas”, destaca a Ágora Investimentos em relatório. “É válido notar, porém, que apesar da melhora, o clima entre os investidores continua tenso.”
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica: “Apesar do mau desempenho das bolsas, em continuidade ao movimento de aversão ao risco global, o dólar operou em baixa, devolvendo parte dos ganhos da véspera. O dia começou positivo para os ativos domésticos, mas o anúncio de Trump sobre novas tarifas de 50% sobre o alumínio canadense inverteu o sinal, afetando principalmente o Ibovespa — enquanto câmbio e juros mantiveram a tendência de queda.”
Ele acrescenta: “Sem novidades no cenário local, o recuo no dólar parece refletir alguma correção de prêmios de risco incorporados no pregão anterior, marcado por forte aversão ao risco principalmente no dólar e nos contratos de juros. A divulgação do IPCA de fevereiro e do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA amanhã também reforça a cautela para apostas direcionais no pregão de hoje, reforçando uma postura mais conservadora à espera dos dados.”
O receio de uma recessão econômica nos EUA derrubou os mercados na segunda-feira (10). As Bolsas de NY despencaram, com destaque para o Nasdaq, que teve seu pior pregão desde 2022. Como mostramos aqui, desde a posse de Trump em meados de janeiro, o valor de mercado das companhias listadas nos Estados Unidos encolheu US$ 4,33 trilhões. O pessimismo também pesou sobre o câmbio: o dólar à vista subiu mais de 1% ante o real, de volta a R$ 5,85.
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